Vou-me dividir em partes... A parte do que sou no agora, que fica para trás, e a parte do que serei nos dias que se aproximam, já que nunca somos os mesmos em cada lugar. No regresso (sim, porque toda a partida implica um regresso) da soma das duas partes resultará um eu diferente que um dia também será parcela da soma de um regresso qualquer.
Vou-me quebrar... O caco de mim que não interessa vai ficar na gaveta à espera da reconstrução. E com a liberdade de estar aos pedaços parto leve em busca de peças alternativas que possam cá encaixar.
Vou sair... Porque a casa tem tempo para esperar por mim e eu não tenho tempo para ficar à espera. Vou deixar o que conheço em direcção ao inesperado porque a monotonia cansa e o trabalho doi.
Mas vou voltar... Porque tanto a partida como o regresso fazem parte do eterno retorno que é a vida (ou que devia ser). E Porque uma sem a outra deixava de fazer sentido e perder-se-ia a doçura do dia de amanhã.