sexta-feira, 30 de setembro de 2011

Whatever Works - Sobre genialidade de Woody Allen

Não sou preconceituosa, nunca fui... E mesmo quando tenho ideias que me fujam para qualquer tipo de soberba, luto contra o preconceito. Cada um sabe de si e sabe o que funciona melhor na sua vida. Whatever works, um dos filmes mais brilhantes da nova vaga de Woody Allen, reflecte exactamente isso mesmo.

Seremos obrigados a seguir os padrões que a sociedade nos impõe, do dever ser e do ficar bem, para sermos felizes? Não, não somos, apesar de, muitas vezes, ser conveniente. Mas a maior parte das vezes, o melhor, mesmo, é tentar ser feliz, da forma que nos for possível. Se é através de uma relação homossexual, liberal, com diferença de idades e interesses antagónicos, feitios lixados ou inteligência abaixo do minimamente aceitável, através da arte, da beleza, da música, do diletantismo, da religião, ninguém tem nada a ver com isso. Devíamos descer mais vezes do alto dos nossos pedestais e colocarmo-nos no papel dos outros. E aceitar que têm o direito de ser felizes, como conseguirem ser felizes.

Life is short, enjoy it! Whatever works for you is the best way ;)

Whatever love you can get and give, whatever hapiness you can provide, every temporary measure of grace, whatever works

segunda-feira, 26 de setembro de 2011

Mas enquanto não começo a estudar... Mais uma fútil: Uma questão de estilo

Já ouvi críticas ao meu estilo de vestir.. e quem não ouviu que atire a primeira pedra. Mas é o meu estilo, é a minha cara e dificilmente o mudarei sem sentir que estou mascarada. Pode dizer-se que é um estilo ecléctico e descontraído. Principalmente, descontraído, como eu.
Por vezes tenho uma ponta de inveja das fashionistas deste mundo. Adoraria andar sempre sem um cabelo fora do sítio, só vestir roupa da última estação, com os kits todos preparados e sem falhas, as mãos sempre perfeitas. Aprecio o facto de estarem sempre impecáveis, e isso tem de lhes ser reconhecido. É claro que nem todas acertam no bom gosto mas não se pode ter tudo. Mas falta-me tempo, dinheiro, disponibilidade mental e paciência, portanto, de vez em quando ando despenteada, sem maquilhagem, com as calças com pelo de cão.. e no entanto, sinto-me bem assim.. Mas mais que tudo, odeio o facto o de que o ar clean que tanto almejo implique tantas camadas de cosmética.
Não gosto de modas/pragas tipo pandoras, elettas de todas as cores, pulseiras do equilíbrio, dos anjos da guarda, anéis da ck, etc. Não é que sejam feios, mas irrita-me andar igual à manada só porque há a teoria de se não andarmos não somos de bem. Não me podia estar mais a marimbar para isso.
Eu gosto de básicos, prefiro lisos aos estampados, cores neutras misturadas com um toque de outra cor qualquer, mas primordialmente, neutros! Gosto da Chanel. Gosto de vestir preto, branco, bege e caqui. Gosto do estilo aviador da Amelia, e do náutico do Corto Maltese, e o colonial/safari da Pandora e de animal prints e cornucópias. Algum étnico à mistura de um hippie chic a dar para o surfista. Gosto de havaianas no verão, botas no inverno, ugg (das básicas), saltos altos compensados porque meço 1,6m, de calções e calças de ganga. Gosto de mini saias e vestidos clássicos como os da Audrie ou da Jackie. Gosto de clássicos. E misturo tudo isto num certo desalinho que me é. Tudo isto sou eu, não sei ser outra forma. Quem gosta adora, quem não gosta destesta. É a vida. Mas não vou mudar.

À espera da data do desembarque...

quinta-feira, 22 de setembro de 2011

Bom de mais para não publicar :)

Mulheres e carros ou à procura de um buraco onde me enfiar

Tudo começou num momento Bridget há uns tempos atrás, quando parada no sinal fechado, o condutor do carro vizinho começou a tentar meter conversa, o que ignorei olimpicamente, como qualquer senhora de bom tom. Porém, o senhor queria apenas avisar-me que tinha os pneus da frente bastante vazios. Agradeci a insistência, envergonhada por tê-lo ignorado durante tantos segundos. Desse momento Bridget para o momento de hoje passaram-se cerca de dois meses, mas dado que tenho de fazer uma viagem grande nos próximos tempos, resolvi encher os pneus.

No que respeita a carros, nem me costumo incluir no estereótipo de mulher que nem pôr gasolina sabe, mas obviamente que chamo a assistência se for preciso mudar um pneu. Mas sei o que é um relanti, um alternador, um disco, entre outros. Nada como ter conduzido um clássico (ou chaço para os amigos) durante 5 anos. E sempre que não sei, pergunto. Mesmo no outro dia disse ao meu namorado que o carburador estava a fazer um barulho estranho, tal como o meu carro antigo fazia. Porém, o meu carro novo é a gasóleo. Shame on me! (para as mulheres e homens que não perceberam fica a informação que os carros a gasóleo não têm carburador!)

Mas não era isto que vinha aqui contar. Ora bem, encher os pneus... Não tem nada que saber:

  • Abre-se a tampinha do depósito, onde aparece a informação sobre a pressão dos pneus [2.3 nos da frente e 2.1 nos de trás, tendo em conta que o carro vai meio cheio]: Check!
  • Marcar a referida pressão na maquineta: Check!
  • Tirar a tampinha do pipo (pareço uma deficiente a falar, credo) dos pneus e sujar as mãos todas porque não nos apercebemos no facto de existirem luvas fornecidas para o desempenho desta tarefa: Check!
  • Pegar num dos tubos à disposição colocá-lo no pipo: Check!!

E eis que não quando, o ar não sai! Volto a olhar para a maquineta que continua impávida e serena, espeto melhor o tubo e não acontece nada!! E antes de ter tempo de poder formular qualquer raciocínio que me levasse a uma conclusão sobre o que é que se estava a passar, aproxima-se de mim, mais uma alma caridosa desta vida que me diz com muita calma: Não é esse tubo..ãh.. isso é o tubo da água... a mangueira..

Atrapalhada lá agradeci e desempenhei a tarefa de olhos no chão (à procura de um lugar para me esconder), e de cócoras em cima dos saltos e de vestido tigresse, desempenhei a tarefa o mais rápido que pude e saí dali. Não sei se a figura mais triste que fiz foi enfiar a mangueira no pipo ou foi ter ataques de riso (daqueles em que até se chora) em espasmos, no caminho de volta ao escritório, sozinha no carro.

Os agradecimentos àquela alma caridosa nunca são de mais, principalmente, porque a alma caridosa era um homem, que não rolou no chão a rir enquanto me dava a informação preciosa sobre a troca dos tubos. Sim, é possível.. Saravá alminha da bomba da Galp de Queijas.

Os espasmos continuam, e ainda tenho resquícios de óleo nas mãos.. Vou-me lembrar desta durante muito tempo...

quarta-feira, 21 de setembro de 2011

Men are all the same - Part I

Everybody knows that men prefer action movies over romantic comedies, usually known as "chick flicks". That's a fact I can live with. But why, on earth, men also prefer "action" songs over romantic ones? What is it about with men and guns? Can we blame it, only, on testosterone? Let me explain: I asked two guys (my colleagues from the open space), what were they favourite Bob Marley songs and what did they answer? No, it was not Redemption Song, or Wait in Vain or Could You be Loved or Stir it Up, or one of the many Bob’s songs that talk about love, peace and easy leaving. No, that would be too romantic and sissi of them, or something similar. They’re choices were: I Shot the Sherriff and Buffalo Soldier. I rest my case!
PS: Phil, my first, of many to come ;)

terça-feira, 20 de setembro de 2011

Das Saudades que tenho do meu avô

"Nunca tinha sentido a dor da perda. Também não a senti na hora há muito anunciada por todos, mas que tardava sempre e sempre, quase como se ameaçasse não chegar nunca. Chegou, claro. Mas tardou como um grito que se solta no topo de uma montanha, percorre o vale e alcança o outro lado um tempo depois. A dor veio assim, atrasada e acerta-me agora com um murro de mão fechada. De todos, sempre fui o que disse que ainda que te fosses nunca te perderíamos. Pelo exemplo, perdurarias em todos nós, todos os dias, nos gestos pequenos de bondade, nos grandes gestos de humanidade. E assim é. Estive há dias no teu espaço, que foi e continua a ser o meu espaço, a casa onde me recebeste ainda antes de me fazer homem. Deixaram esse trabalho para ti e abraçaste-o com o coração cheio. Ainda lá estava a mesa que se abre ao meio, os bichos de África, o sofá das sestas, a colecção de moedas, arrumada em cima do guarda-fatos. E na mesa que se abre ao meio estivemos todos, os de sempre, já com mais uns quantos que conheceste mas não tiveram a sorte de viver a tua grandeza. Não lhes faltará quem lhes conte as tuas histórias. Por mais que saiba e que grite que também estiveste ali, sentado connosco, a verdade é que não estiveste, porque muitas vezes essas merdas são coisas que dizemos para apaziguar a dor, e para nos enchermos de força, mas não estiveste, o lugar estava vazio, ninguém nos beliscou até doer, não se comeu pão à refeição, não havia uma cabeleira branca nem ninguém para discutir com a avó. Continuas e continuarás a viver sempre dentro de mim, como o meu guia para a vida. Foda-se, mas devias era ter estado naquela mesa. "

Não costumo partilhar textos de outros blogs, não gosto de repetições e de desalojar a prosa do lugar a que pertence. Faço-o hoje, porque se impõe. Obrigada Arrumadinho

quinta-feira, 15 de setembro de 2011

Para lavar a vista - Quem é amiga, quem é?

Este post é para todos aqueles que dizem que o meio copo tem textos muito grandes e poucas imagens e muito que ler. Eu sei que não é tão fácil de absorver como um blog de moda mas tenham paciência... Para os resistentes à preguiça que fazem o esforço de vir cá amiúde, deixo-vos um presentinho:

quarta-feira, 14 de setembro de 2011

Já vos disse o quanto gosto de Woody Allen?

Quem quer ir ver?

Momento McGyver ou porque é que eu sou tão estúpida

Cheguei a casa com dois rolos de relva acabados de regar, comprados no Horto do Campo Grande imediatamente a seguir a ter saído do escritório. Mais uma vez, a minha querida Concha tinha desfeito em pedacinhos parte da relva do pateo e mais uma vez teríamos de a substituir. Como o homem estava ainda no escritório e eu até sou feminista e defendo que não há trabalho que um homem faça que uma mulher não possa fazer, resolvi por mãos à obra.

Depois de arrastar os dois rolos (porque cada um devia pesar cerca de 20 quilos) e de ter espalhado poças de lama pela casa toda, posei a carteira e peguei na National Geographic, enrolando-a na minha mão, preparada para "educá-los" mais uma vez. Por isso, entrei no pateo de revista em riste e fechei a porta de correr para ter a certeza que não fugiam quando percebessem o que os esperava.

Após a minha sessão educativa, preparada para os pôr de castigo e não os deixar entrar em casa, eis que não quando, olho para a porta que estava, completamente, fechada. Não pode ser!!! Estúpida não me lembrei que a porta não abre por fora se completamente fechada. E ali estava eu, de castigo com os dois cães, sem telemóvel, sem cigarros e com muitas horas pela frente porque o homem da casa ainda ia demorar. Só tinha comigo a merda da National Geografic, mas nem isqueiro tinha para poder fumá-la ou fazer sinais de fumo.

E foi aí que me armei em McGyver e com o único objecto que tinha, comecei a forçar a porta, abrindo uma pequena fresta, e tornando-a maior e maior e maior, até que fosse possível caberem os meus dedinhos tortos por natureza e evadir-me daquela prisão improvisada. E de tanto forçar a revista caiu para dentro de casa, no meu último esforço e a porta abriu uma nesga suficientemente grande para poder fugir. Foram dos dez minutos mais estúpidos da minha vida e perdi toda a credibilidade, que ainda me restava perante, os meus cães, que me viram a fazer aquelas figuras. I'm such a Bridget...

segunda-feira, 12 de setembro de 2011

Kind of blue ou tudo azul..

Quando se ouve alguém responder "tudo azul!" à pergunta "tudo bem?", facilmente se depreende que o azul tem um significado, no mínimo, bastante positivo. A cor do mar, do céu, do verão... o que mais poderíamos desejar...

Estranhamente, o azul dos anglófonos tem uma conotação completamente diferente, de tristeza depressão e de outono, conotação que nasceu não sei bem onde nem porquê.

Só sei que blues são tristeza e azul é alegria. Os Aglo-saxónicos de copos meio-vazios e os continentais com os copos meio-cheios têm perspectivas completamente opostas de uma mesma cor. A percepção mudará com a geografia ou com a sonoridade? A palavra "blues" não me transmite a sensação de alegria que a palavra azul me transmite. Mas ao pensar em música, até do blue consigo tirar sentimentos positivos. E Miles Davis não me soa a melancolia.

De uma forma ou de outra, independentemente da perpectiva, o Azul, cor do agora meu quarto, nunca foi, por mais estranho que possa parecer, a minha cor preferida (tal como os golfinhos nunca foram o meu animal favorito). E desde o verde ao encarnado, já gostei de muitas cores.

Mas o azul transmite-me uma sensação de paz e tranquilidade que funciona como íman, como se a própria cor chamasse por nós. É claro que existem vários tons de azul e o meu preferido é, ironicamente, aquele que alguns chamam de verde. Para saberem do que falo:

  1. vão ao google images;
  2. digitem b-o-r-a-b-o-r-a;
  3. e deliciem-se!

Todo o ecrã muda de cor. Fica tudo azul, mas daqueles azuis que ao contemplar é impossivel ficar infeliz, independentemente da continentalidade. Admito poder haver alguma tristeza... apenas por não haver teletransporte para dentro de ecrã. Enjoy!

sexta-feira, 9 de setembro de 2011

Morte estúpida...

Morte estúpida, certa e insolente que pairas sobre a vida como ameaça constante do fim indesejado, que atacas indiferenciadamente, sem saber porquê, sem qualquer fundamento ou justificação, só porque sim... Morte estúpida!

Morte estúpida que levas os nossos filhos, os nossos pais, os nossos avós, irmãos, amigos, colegas, vizinhos, um a um, numa cadência inevitável e aleatória e caótica, que nunca vai fazer sentido... Morte estúpida que nunca és merecida… E quando és não apareces... Morte estúpida!

Morte estúpida que abres fossas no peito e na alma de quem perde os que levas contigo e deixas apenas nós na garganta, e noites de choro, e insónias e dores de cabeça. E paras o tempo para os que amam e perdem, mas a vida continua e o mundo tem pressa, e todos voltam a viver como se nada estivesse a faltar, sob a incredulidade dos olhos de quem permanece sem se conseguir mover… Morte estúpida!

Morte estúpida e injusta e cruel… E depois de ti, na ausência de todos os dias seguintes, todos vivem no pânico da possibilidade da tua chegada de rompante, interrompendo a festa da vida, e ainda em choque, fazem as pazes, e amam mais, e não saem de casa sem se despedirem, porque és estúpida e malcriada e apareces sem avisar, e ainda tens a lata de dar aos que ficam a demonstração da preciosidade da vida, Morte estúpida.

Morte estúpida, usurpadora e ladra… Tu roubas os sorrisos, os bons dias, os amo-te muito, os abraços, os jantares, os dias de praia, as viagens a lugares distantes, os feitos incríveis que ficaram por fazer, as danças que ficaram por dançar, os filhos que ficaram por nascer, as mulheres que ficaram por casar… Morte estúpida, estúpida, estúpida…