quinta-feira, 22 de setembro de 2011

Mulheres e carros ou à procura de um buraco onde me enfiar

Tudo começou num momento Bridget há uns tempos atrás, quando parada no sinal fechado, o condutor do carro vizinho começou a tentar meter conversa, o que ignorei olimpicamente, como qualquer senhora de bom tom. Porém, o senhor queria apenas avisar-me que tinha os pneus da frente bastante vazios. Agradeci a insistência, envergonhada por tê-lo ignorado durante tantos segundos. Desse momento Bridget para o momento de hoje passaram-se cerca de dois meses, mas dado que tenho de fazer uma viagem grande nos próximos tempos, resolvi encher os pneus.

No que respeita a carros, nem me costumo incluir no estereótipo de mulher que nem pôr gasolina sabe, mas obviamente que chamo a assistência se for preciso mudar um pneu. Mas sei o que é um relanti, um alternador, um disco, entre outros. Nada como ter conduzido um clássico (ou chaço para os amigos) durante 5 anos. E sempre que não sei, pergunto. Mesmo no outro dia disse ao meu namorado que o carburador estava a fazer um barulho estranho, tal como o meu carro antigo fazia. Porém, o meu carro novo é a gasóleo. Shame on me! (para as mulheres e homens que não perceberam fica a informação que os carros a gasóleo não têm carburador!)

Mas não era isto que vinha aqui contar. Ora bem, encher os pneus... Não tem nada que saber:

  • Abre-se a tampinha do depósito, onde aparece a informação sobre a pressão dos pneus [2.3 nos da frente e 2.1 nos de trás, tendo em conta que o carro vai meio cheio]: Check!
  • Marcar a referida pressão na maquineta: Check!
  • Tirar a tampinha do pipo (pareço uma deficiente a falar, credo) dos pneus e sujar as mãos todas porque não nos apercebemos no facto de existirem luvas fornecidas para o desempenho desta tarefa: Check!
  • Pegar num dos tubos à disposição colocá-lo no pipo: Check!!

E eis que não quando, o ar não sai! Volto a olhar para a maquineta que continua impávida e serena, espeto melhor o tubo e não acontece nada!! E antes de ter tempo de poder formular qualquer raciocínio que me levasse a uma conclusão sobre o que é que se estava a passar, aproxima-se de mim, mais uma alma caridosa desta vida que me diz com muita calma: Não é esse tubo..ãh.. isso é o tubo da água... a mangueira..

Atrapalhada lá agradeci e desempenhei a tarefa de olhos no chão (à procura de um lugar para me esconder), e de cócoras em cima dos saltos e de vestido tigresse, desempenhei a tarefa o mais rápido que pude e saí dali. Não sei se a figura mais triste que fiz foi enfiar a mangueira no pipo ou foi ter ataques de riso (daqueles em que até se chora) em espasmos, no caminho de volta ao escritório, sozinha no carro.

Os agradecimentos àquela alma caridosa nunca são de mais, principalmente, porque a alma caridosa era um homem, que não rolou no chão a rir enquanto me dava a informação preciosa sobre a troca dos tubos. Sim, é possível.. Saravá alminha da bomba da Galp de Queijas.

Os espasmos continuam, e ainda tenho resquícios de óleo nas mãos.. Vou-me lembrar desta durante muito tempo...

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