quarta-feira, 29 de junho de 2011

What else!?!

* DISCLAIMER: o conteúdo que se segue contém linguagem imprópria para menores de 18 ou meninas de bem

Neste momento da minha vida em que me encontro a fazer o "rerun" das primeiras temporadas do Lost, voltei a confrontar-me com um dos binómios mais importantes para a vida de qualquer mulher solteira: Homem Nhó v. Homem Cabrão. E a questão que decorre da solução que damos a este binómio também se impõe: Porque é que as mulheres preferem sempre os cabrões?
Quem alguma vez na vida me tenha indagado sobre se os homens são todos iguais ou não, teve a felicidade ou infelicidade de ouvir toda a minha construção teórica sobre o bicho-homem. Não seria uma verdadeira Bridget se não tivesse teoria sobre eles. E mesmo depois de ter já encontrado o meu Mark Darcy (apesar do meu bebé insistir que é o Daniel Cleaver) a minha teoria mantém-se. Passo a explicar:
Os homens são todos iguais. Sim, é um cliché e tal como a maior parte dos clichés, tem fundamento na verdade; eles não nascem por acaso. E ressalvo já que é uma generalização. Sim, eu sei, existem excepções. Porém, sem generalizações não se consegue conversar sobre um grupo ou conjunto de coisas.
Mas apesar de serem todos iguais, os homens dividem-se em três categorias:* o Nhó, o Cabrão e o Filho da Puta.
Ora bem.. O Nhó é aquele com o qual as mulheres se casam a partir do momento em que entram na casa do desespero (dos 30 em diante) ou antes disso, caso tenham tido O desgosto da vida com um cabrão ou filho da puta qualquer. Os Nhós numa relação gostam mais das mulheres do que elas deles. Elas preferem a estabilidade de serem amadas a terem de sofrer tudo outra vez. Eles fazem tudo por elas, adoram-nas, beijam o chão que elas pisam. São paus mandado(s). Isto porque, em regra, se sentem inferiores a elas, e por isso sentem que tiveram a sorte da vida por terem conseguido agarrar aquela mulher tão espectacular (ou não) e fazem tudo o que for preciso para manter o status quo.
Nenhuma mulher, salvo as que referi anteriormente e as nhós, prefere estes homens. A não ser que prefiram a estabilidade e o conforto ao verdadeiro amor. E normalmente são essas as ressabiadas que têm inveja das mulheres que arriscam e que, consequentemente, conseguem ser mais felizes. Mas voltando aos homens.
Passemos aos Filhos da Puta. Ora bem, os Filhos da Puta são os maiores crápulas que vocês podem conhecer. Se os conseguirem identificar (cuidado meninas, porque existem muitos Filhos da Puta disfarçados de Bonus Pater Familiae), afastam-se porque eles nem para ser amigos servem. São esses que dizem que nos amam para nos levarem para a cama e depois fingem não se lembrar sequer de nós quando se voltam a cruzar connosco. Mas entretanto, gabam-se a todos que fizeram e aconteceram. Os Filhos da Puta são os seres mais egocêntricos à face da terra. São aqueles que vos traem com meio mundo, sem qualquer ponta de escrúpulos ou remorsos ou motivo. Simplesmente, porque sim. Be afraid, be very afraid.
Por último, os Cabrões, my favourites. Segue infra o melhor exemplo do espécime em questão.
Joshua Lee Holloway, a.k.a. "Sawyer"
Just too fucking good to be true..
Os Cabrões são, no fundo, um nhó que quer fazer-se passar por filho da puta e não consegue :) São o meu género de Meio Copo, uma média desorientada de extremos antagónicos que, por alguma razão, faz sentido. O Cabrão é aquele que te diz que não quer nada sério contigo antes de te levar para a cama, e tu não acreditas e achas que vais convencê-lo a ficar e depois no fim chamas-lhe filho da puta. Mas nós queremos salvá-lo do sofrimento (sim, porque o Cabrão é sempre um traumatizado) e não resistimos a tentar dar uma de Madre Teresa de Calcutá. E perguntam os Nhós: Mas porquê??? Ao que respondo: Porque um Cabrão, quando se apaixona e te ama de verdade, é a melhor coisa do mundo. Porque ele consegue ser o Nhó que te dá festas e fala a bebé e o Filho da Puta que te sabe virar ao contrário. O pai dos teus filhos e o melhor amante. O que faz amor e o que faz sexo. Nós escolhemos os Cabrões porque, no fundo, para quê escolher quando se pode ter tudo.

segunda-feira, 27 de junho de 2011

O Meio Copo faz anos!!

Dia 27 de Junho de 2007, iniciei a viagem épica de relatar as minhas divagações, desabafos e teorias, neste lugar que transformei em minha casa. Tudo isto sou eu. Quem me conhece, verdadeiramente, sabe disso.
Mais ou menos assídua, inspirada ou talvez não, tenho vindo aqui, a este ponto de encontro comigo mesma, deixar a minha marca no mundo. Este legado que construo há quatro anos mostra que apesar das enormes mudanças que ocorreram nestes últimos quatro anos continuo a ser-me, inalterada.
Os motivos que inicialmente me levaram a construir esta casa, a ter a necessidade de passar para o papel as divagações que se passeavam na minha cabeça, são outros agora, mas a necessidade mantém-se.
Tudo mudou e tudo parece igual: Acabei o curso, comecei o estágio e já trabalho há três anos e meio, perdi as ilusões, encontrei o homem, saí de casa, perdi o meu avô, ganhei dois cães, perdi 15 quilos, ganhei confiança para ser o que não conseguia ser. Mas leio o meu primeiro post como se o tivesse escrito hoje porque, apesar de tudo sou a mesma que me lembro ser desde que, na minha cama de grades, comecei a encadear pensamentos dispersos e a ansiar o futuro e a desejar cada vez mais e melhor.
Talvez hoje seja mais céptica do que há quatro anos atrás.. Mas o optimismo do copo meio cheio mantém-se inerte, para contrabalaçar o que corre mal. Tenho a certeza que hoje sou muito mais feliz e completa, apesar de conseguir vislumbrar ainda um longo caminho a percorrer.
Obrigada a todos os que fazem ou fizeram parte desta viagem.

sexta-feira, 24 de junho de 2011

O beijo do Hotel de Ville

Temos esta fotografia, que Robert Doisneau capturou enquanto tomava café na esplanada, emoldurada em nossa casa. A moldura não está na parede pintada de fresco, aguardando no sofá, enquanto não volta ao seu lugar de destaque. Mas antes de limpar a caliça que jaz sobre vidro, antes de voltar a pôr a casa em ordem, vamos dar o nosso beijo no Hotel de Ville.

Vamos sair este fim-de-semana e passear numa vila piscatória e ver tudo a preto e branco. Vamos dar as mãos sem a consciência dos olhares e do que é próprio no meio da rua e vamos dar um beijo maior ainda que o do Hotel de Ville.

Deixemos a moldura onde está, e façamos o nosso retrato de amor a preto e branco, desempoeirando-nos dos dias que correm sempre iguais.

quarta-feira, 22 de junho de 2011

Morre lentamente...

À beira de completar alguns marcos importantes da minha vida e alguns pontos da bucket list, penso que este texto de Plablo Neruda não podia ser mais apropriado para me dar coragem para seguir caminho:

"Morre lentamente quem não viaja,quem não lê ,quem não ouve musica,quem não encontra graça em si mesmo.

Morre lentamente quem destroi o seu amor proprio ,quem não se deixa ajudar.

Morre lentamente quem se transforma em escravo do hábito ,repetindo todos os dias o mesmo trajeto,quem não muda de marca , não se arrisca a vestir uma nova cor , ou não conversa com quem não conhece.

Morre lentamente quem faz da televião o seu guru. (ups!)

Morre lentamente quem evita uma paixão,quem prefere o negro sobre o branco,e os pontos sobre os iss em detrimento de um redemoinho de emoções, justamente as que resgatam o brilho nos olhos, sorrisos dos bocejos,corações aos tropeços e sentimentos.

Morre lentamente quem não vira a mesa quando está infeliz com o seu trabalho, quem não arrisca o certo pelo incerto para ir atrás de um sonho , quem não se permite pelo menos uma vez na vida fugir dos conselhos sensatos.

Morre lentamente, quem passa os dias queixando-se da má sorte ou da chuva que cai incedssante

Morre lentamente quem abandona um projeto antes de iniciá-lo , não pergunta sobre um assunto que desconhece ou não respondem quando lhe indagam sobre algo que sabe.

Evitemos a morte em doses suaves, recordando sempre que estar vivo exige um esforço muito maior que o simples fato de respirar.

SOMENTE A PERSEVERANÇA FARÁ COM QUE CONQUISTEMOS UM ESTÁGIO ESPLENDIDO DE FELICIDADE. "

E após quatro anos de vida às escuras, fez-se luz. Come into the light with me.

terça-feira, 7 de junho de 2011

10 ways to improve your Karma

According to karma, performing positive actions results in a good condition in one's experience, whereas a negative action results in a bad effect. The effects may be seen immediately or delayed. What goes around comes around, as Timbarlake sang.
Many western people are starting to believe in this concept. But even if you are not one of those people, it is better to be safe than sorrow. Therefore, please consider the list below in order to improve your Karma. And good things will happen in your life.
  1. Give more to others without expecting anything in return;
  2. Forgive more;
  3. Show respect to all kinds of people and be kind;
  4. Pay it forward;
  5. Help those in need;
  6. Be a more considerate driver;
  7. Let go of your prejudice, do not be judgemental;
  8. Be good to the environment;
  9. Try to see the good in people;
  10. Appreciate the good things that happen in your life everyday, and be thankful.

quarta-feira, 1 de junho de 2011

Envangelho segundo São Yuri

A caminho do escritório, depois de um almoço repentino em casa de minha avó, parei mais uma vez no semáforo de Sete Rios, onde se vendem os Borda-de-Água, essa publicação que permanece para nos recordar os tempos idos. Normalmente, os vendedores vão variando e os produtos vendidos também, sendo a nacionalidade dos mesmos a única constante. Desde pensos rápidos à revista Cais, ao referido Borda-de-Água ou a simplesmente um obrigada, tudo se vende e se pede enquanto o sinal está fechado.

Normalmente, depois de trancar a porta no cimo da rampa mas sem fechar a janela, vou por ali abaixo a torcer para que não me peçam nada. Até porque tenho imensas dificuldades em dizer que não e fico com a consciência dorida cada vez que minto, dizendo que não tenho nada. Normalmente, para evitar gastar uma renda mensal naquela portagem diária da consciência, dou cigarros em troca de me levarem também o sentimento de culpa. A maioria deles fuma e, por isso, vou-me safando incólume.

Porém, hoje foi diferente.. Pensei que ainda passava no verde, mas o carro à minha frente só andou quando devia estar parado, e lá fiquei eu com a pole position que ninguém quer. No entanto, até tinha umas moedas que tinham sobrado no porta-copos. E por isso, peguei numas quantas e estendi o braço pela fresta da janela àquele homem que me mostrava o Borda-de-Água e umas resmas de pensos rápidos. E apesar de estes sapatos me estarem a dar cabo dos pés, entreguei-lhe as moedas e disse que não queria nada. Era um homem de idade imperscrutável. Entre 35 e 55 nada me pareceria estranho. Pele tisnada, barba curta e alguns grisalhos, envergava um t-shirt velha e suja, farda habitual do seu negócio de rua.

Agradeceu-me e desejou muita felicidade e saúde, a mim e aos meus. Mas quando me preparava para que ele passasse à próxima janela e ao próximo freguês, ele continuou. E do que eu percebi do seu português intermitente em sotaque eslavo, o senhor, a quem carinhosamente apelidei de Yuri, por não saber mais nenhum nome russo, disse qualquer coisa muito importante. Tomei a liberdade de traduzir e adaptar conforme o que consegui perceber:

"Deus ajuda, sabe? Deus é muito bom e ajuda muito. A vida é muito difícil. E a culpa não é do governo. É difícil, sabe? Renda muito cara para pagar, 5 filhos para alimentar, é muito difícil. E apesar de ser difícil acreditar em Deus nessas alturas, eu peguei na bíblia no outro dia, a lá dizia que Deus ajuda, e ajuda mesmo. Deus ajuda sempre. E nós temos de agradecer"

E o sinal abriu.. Enquanto o senhor pregava, consegui apenas balbuciar repetidamente; eu sei, pois ajuda, pois é e obrigada. Ou seja, não me disse novidade nenhuma. Como boa ex-beata-super-praticante que fui, sei a catequese toda, lembro-me do que se tem de dizer na missa, a minha parte e a do padre, sei quando é que é para sentar e para levantar, lembro-me bem das passagens bíblicas. Porém, hoje recebi a mesma palavra que tanto prego, da boca de alguém que, certamente, tem uma vida bem mais difícil que a minha. Isso, fez-me recuperar um bocadinho da fé perdida porque, realmente, aquela mensagem de vida que o senhor me transmitiu como pôde valeu mais que 500 missas. E definitivamente valeu mais do que os 80 cêntimos que lhe passei para a mão.

Devia ter dado mais. Devia ter oferecido um cigarro.