terça-feira, 14 de maio de 2013

E pur si muove!




É o amor que nos move... é o amor que faz mover o mundo. Grande parte das nossas decisões passam pelo amor, pela sua busca incansável ou pela sua manutenção.
Por amor as pessoas mudam de país, mudam de emprego, mudam de vida, tornam-se mais bonitas, perdem horas de sono, ficam sem fome ou comem demais, sobrevivem a guerras, passam horas a olhar para o telemóvel, têm ciúmes, fazem cedências, riem sozinhas, falam sozinhas, dão pulos de alegria, vão ver filmes que nunca veriam sozinhas, provam novos sabores, ficam horas à espera, sofrem como nunca sofreram, sentem emoções como nunca sentiram, saem de casa a meio da noite para se encontrarem, percorrem quilómetros, anseiam, desejam, compram flores e presentes, jantam mais do que deviam, choram, sacrificam-se de boa vontade, sentem saudade, cantam no banho, gritam no carro, são pacientes, dançam apesar da vergonha, preterem o orgulho. Se virem bem, as grandes músicas são músicas de amor, os grandes clássicos da literatura narram estórias de amor, os filmes que mais nos tocam são filmes que relatam o amor.
E o amor não se limita ao amor romântico, estendendo-se pela nossa família, pelos nossos melhores amigos, pelos animais, pela nossa pátria, pelo nosso clube, pelo nosso mundo, ou pelo ser humano em geral e suas peculiaridades sempre magníficas. O amor pode ser encontrado onde o decidirmos procurar, num estranho até, em alguém a quem damos um cigarro e nos oferece um sorriso em troca, em alguém com quem partilhamos o elevador, ou no senhor que nos atende de forma simpática na bomba de gasolina. Num uníssono num concerto, no silêncio de uma fotografia, na estática da estrada que passa em frente aos nossos olhos incrédulos, na profundidade da nossa respiração, num abraço forte.
Por seu lado, o dinheiro não nos dá calor, a não ser quando serve para pagar a eletricidade. Pode dar-nos alívio, descanso, segurança ou servir até para pagar entretenimento, ao qual ainda assim, só daremos valor se tivermos a coragem de o partilhar. A carreira é importante mas não nos podemos esquecer que não educa nem acarinha os nossos filhos, nem trata de nós quando adoecemos, nem nos abraça quando estamos tristes. E o poder e a fama de nada servem se chegamos a casa de alma vazia.
 
E nem é preciso tanto para nos distrair. Passamos dias a fio ligados a máquinas como se nos faltasse o ar se não o fizessemos e esquecemo-nos que o que importa verdadeiramente nesta vida não somos nós, é o outro, o sujeito do nosso amor, o espelho que reflete a nossa alegria, para que a consigamos ver. É indespensável tentar lembrá-lo todos os dias se queremos ser capazes de o sentir, de sentir. Porque só o amor é capaz de levar a vida na direção do inesperado. If only we let it.
 
 
 
 

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