Desde sempre somos confrontados com binómios antagónicos: O Bem e o Mal, o peso e a leveza do nosso amigo Kundera, o quente e o frio, o ser e o não ser... Mas toda a minha vida o binómio que se apresentou mais complicado de resolver foi o que opõe as diversas perspectivas de a encarar: o copo meio cheio ou meio vazio. Mas será que a escolha resolverá alguma coisa? É que, no fundo e apesar do livre arbítrio, a vida será sempre o meio copo que, incansavelmente, tentamos encher...
sábado, 2 de fevereiro de 2008
Happy Friday!
Trabalhar até é bom, a sério! Como pude experimentar uns meses de desemprego posso dizer isto com a certeza que não estou a ser hipócrita ou que falo sem conhecimento de causa... eu já provei do copo meio vazio.
Por outro lado, fazer parte da população activa tem os seus senãos, e também não são poucos. As horas infinitas que passamos agriolhados no mesmo sitio pode ser desesperante e quando a monotonia ataca há que ter cuidado para que o depressão de todos os dias serem iguais não venha também.
E haverá solução, haverá maneira de ultrapassar com dignidade uma semana inteira de trabalho? Penso que descubri não a cura mas pelo menos um painkiller que ajuda a suportar a dor: a solução é a happy friday. Passo a explicar...
Sai-se do trabalho, veste-se as calças de ganga que estão guardadas no porta bagagens e vai-se para uma tasca, a do Sr. Orlando ou outra qualquer... Pedem-se amendoins, esvaziam-se vários meios copos ou mini garrafas de um qualquer elixir da vida, vai-se à porta fumar uns cigarros, volta-se para dentro para trocar mais uns dedos de conversa e depois deste ritual exorcizante de todas as preocupações vai-se à procura de um sitio onde se coma um belo bife com batatas fritas e onde se possa fumar sentado.
Portanto, este texto, para além de servir para ajudar outros sedentários que estejam sedentes de um pequeno escape, serve principalmente para agradecer as viajantes copofonicos que me têm acompanhado nas últimas semanas e que têm feito com que o meio copo de solidão se tenha tornado cada vez mais vazio.