quinta-feira, 23 de agosto de 2012

Ainda sou do tempo em que se andava com dinheiro

 
Disclaimer: Não trabalho nem nunca trabalhei no Pingo Doce ou empresas do Grupo. Não sou filha nem parente da família Soares dos Santos ou Jerónimo Martins (infelizmente). E também não recebi nenhum cabaz nem vales de compras para vir para aqui dizer isto. Mas sou e sempre serei uma consumidora racional. Deste modo, a opinião abaixo ilustrada é completamente imparcial.
 
 
 
 
Será que sou a única da opinião que limitar o pagamento com cartões de débito/crédito a compras no valor superior a € 20 é uma óptima ideia?
 
Por certos momentos, e perante mais uma indignação popular contra a cadeia de supermercados preferida da maioria dos portugueses (sim porque, apesar de tudo, as lojas do Pingo Doce continuam cheias), pensei ser a única a adorar a ideia. Felizmente, quando cheguei a casa encontrei lá alguém que tinha exactamente a mesma opinião eu. Ufa, não estou maluca..
 
Em épocas de crise, todos temos de cortar nas gorduras, especialmente as empresas, por forma a manterem competitividade em relação à concorrência, a maior parte das vezes estrangeira (veja-se o Lidl ou as lojas chinesas, por exemplo).
 
O Pingo Doce, cadeia portuguesa, que vende produtos portugueses, produtos de marca branca de qualidade, com preços acessíveis, localização preferencial, que dá empregos com fartura, que exporta! vem mais uma vez à berlinda porque, tal como outras empresas, cortou nas gorduras.
 
Dado que relativamente aos produtores possivelmente já não haveria margem para cortes e sendo que têm plena consciência que os consumidores portugueses vivem já sobrecarregados, tiveram uma ideia de génio! Ou será que não?
 
O Pingo Doce quis cortar nas gorduras e não o fez através de despedimentos ou através do aumento exacerbado dos produtos. Tentou imputar o mínimo possível ao consumidor. Maldito seja!
 
No entanto, trazer € 20 na carteira parece ser um fardo muito pesado para o consumidor português. Eu ainda sou do tempo em que se andava com dinheiro na carteira. Aliás, mantenho-me fiel a esse princípio ainda hoje.
 
A maior parte dos financial advisers aconselham sempre, como medida para melhor poupar, andar com dinheiro na carteira e evitar a utilização dos cartões que nos impedem de ver o dinheiro a voar da nossa conta para fora. Especialmente, nas compras de supermercado. Tenho seguido essa medida de há uns tempos para cá e tem dado resultado, mesmo com as compras do mês. Por essa razão e por outras entrei em choque quando vi surgir uma onda de revolta contra essa medida.
 
Mas qual será o problema de andar com € 20 na carteira? Será o nojo de mexer em dinheiro? Preguiça de ir ao multibanco? É que ainda por cima, a maioria se não todos os Pingo Doce têm ATM dentro das lojas. Alguém se importa de me explicar?
 
E depois vêm outra vez com boicotes e promessas/ameaças: "agora é que não me vêem mais nessas superfícies, a partir de hoje só comércio tradicional". Nesses casos, desejo boa sorte porque a maior parte do comércio tradicional ou não tem multibanco ou também tem limites de valor à utilização do mesmo.
 
Resumindo, será que o povo português não percebe que o acto de andar com dinheiro na carteira podia poupar dinheiro aos próprios e ao Pingo Doce (que o poderia utilizá-lo, por exemplo, para manter os preços, investir na nossa economia, produtores, etc?) Serei a única a ver isto? Espero sinceramente que não.
 
O único problema que eu vejo nesta medida é que já não se pode ir ao Pingo Doce com os últimos € 9 do mês, aqueles que estupidamente ficaram na conta bancária e não se podem levantar. Mas para isso também há solução! Para quem tem este problema e, principalmente, para aqueles para os quais esses € 9 podem ser a diferença entre alimentar os filhos ou não, dois conselhos: levantem sempre o vosso dinheiro antes de chegar a esses montantes e não utilizem cartões.
 
Se mesmo assim, repararem tarde de mais e acabarem o mês com os ditos € 9 presos na conta bancária para gastar, podem sempre ir ao bom e velho Mc Donalds!
 
 

quinta-feira, 16 de agosto de 2012

Itsy Bitsy Spider or another Bridget Moment




Deixar a capota do carro aberta durante uma tarde inteira quando se vai ao campo não é uma boa ideia. Sábado passado, deixei a capota aberta, mas fechei-a antes de anoitecer por causa da humidade. No entanto, algo bem pior aconteceu durante a tarde...

Hoje de manhã fui à bomba de gasolina abastecer e no momento em que estava quase a parar o carro no sítio certo (isto é, perto o suficiente da mangueira - já me aconteceu por duas vezes não conseguir chegar com aquela ao depósito), aparece calmamente, a passear ao longo do volante uma ARANHA!!! Não gosto particularmente de aranhas, se preferirem eufemismos.

O pior de tudo é que não era um daqueles aranhiços escanzelados, que dão sorte ou trazem dinheiro ou lá o que é. Nada disso. Era uma aranha daquelas gordas, aquelas com pelos e listas castanhas e pretas, do tamanho da vossa unha do polegar. Sim, desse tamanho! Pode não parecer muito assustador ver um exemplar daqueles a vários metros de distância mas a 4,5 com da nossa mão... bem, não é a melhor sensação do mundo.

E assim, saí eu disparada do carro, a tentar manter a compostura, que estou farta de fazer figuras tristes em bombas de gasolina. Peguei numa folha de papel que tinha na carteira, que retirei calmamente do carro pela porta do passageiro, e tentei que aquilo subisse para a folha e saísse do meu carro de uma vez por todas. Como é óbvio, nada disso aconteceu. É claro que ela caiu da folha de papel para lugar incerto. Pior é que o referido lugar incerto ainda era dentro do carro. Respirei fundo e pensei dar-lhe dois ou três minutos para aparecer. Fui fazer o pré-pagamento e abasteci.

Nisto, tinha um senhor dentro de um carro atrás do meu que coitado, já devia estar farto de esperar. Ainda pensei ir explicar ao senhor que tinha uma aranha dentro do carro, sabe-se lá onde, e que ainda ia demorar e por isso devia ir para outra fila. Hesitei.. Olhei mais uma vez.. Não a via em lado nenhum. Então, num rasgo de coragem, respirei fundo, entrei e liguei o carro, e entre arrepios e comichões andei 10 metros até ao sítio do ar / água e voltei a sair disparada, a sacudir-me toda não fosse ela ter apanhado boleia na minha saia ou coisa do género.

Eu tinha duas hipóteses: ou encontrava a merda da aranha ou deixava ali o carro e ia de táxi.
Então, do lado de fora do carro, mantendo uma distância de segurança, retomei as buscas. Fui descobrir a sacaninha entre o meu banco e a porta mas não tinha como a tirar, e já tinha visto que a folha de papel não dava resultado. Acendi um cigarro e olhei em volta. Encontrei umas folhas de palmeira seca. Peguei numa e empurrei-a daquele sitio debaixo do banco e ela subiu para a folha. Mantive a calma suficiente para não largar a folha e desatar a correr. Deixei-a a um metro e meio do carro, após ter desfeito a teia grossíssima que a estúpida da aranha tinha deixado ligada ao carro. Entrei no carro, e arranquei entre comichões e arrepios para mais um dia de trabalho.E fui a pensar na minha sorte e a imaginar o que teria acontecido se a sacana me tivesse aparecido enquanto conduzia na auto-estrada, ou coisa assim.

Há duas coisas verdadeiramente assustadoras nesta história toda:
1. Andei desde domingo com aquela coisa nojenta ao pé de mim;
2. Podem ter entrado muito mais aranhas enquanto deixei a capota aberta!..itsy bitsy spider...

Wish me luck!

sexta-feira, 10 de agosto de 2012

Let's travel light!






I met you whilst backpacking hopes and dreams and expectations, already without some of my losses and frustrations that I had menaged to drop off, slowly, on my way to find home... And there you were, irresistible to me, with your heavy luggage, waiting in the morning sun for someone that could dare... Then I took some of your bags with me so that the weight became easier for you to bear and, from that moment on, we were not alone anymore. And for a while we were able to ignore the weight of our lives before but now that we’re both tired, I’m beginning to understand that it takes more than a helping hand.

We have to drop some bags to carry on. We have to forget, to let go and move on. We don’t need much but ourselves to overcome this fight. So, come on, let's drop some bags, let’s travel light!