quinta-feira, 16 de agosto de 2012

Itsy Bitsy Spider or another Bridget Moment




Deixar a capota do carro aberta durante uma tarde inteira quando se vai ao campo não é uma boa ideia. Sábado passado, deixei a capota aberta, mas fechei-a antes de anoitecer por causa da humidade. No entanto, algo bem pior aconteceu durante a tarde...

Hoje de manhã fui à bomba de gasolina abastecer e no momento em que estava quase a parar o carro no sítio certo (isto é, perto o suficiente da mangueira - já me aconteceu por duas vezes não conseguir chegar com aquela ao depósito), aparece calmamente, a passear ao longo do volante uma ARANHA!!! Não gosto particularmente de aranhas, se preferirem eufemismos.

O pior de tudo é que não era um daqueles aranhiços escanzelados, que dão sorte ou trazem dinheiro ou lá o que é. Nada disso. Era uma aranha daquelas gordas, aquelas com pelos e listas castanhas e pretas, do tamanho da vossa unha do polegar. Sim, desse tamanho! Pode não parecer muito assustador ver um exemplar daqueles a vários metros de distância mas a 4,5 com da nossa mão... bem, não é a melhor sensação do mundo.

E assim, saí eu disparada do carro, a tentar manter a compostura, que estou farta de fazer figuras tristes em bombas de gasolina. Peguei numa folha de papel que tinha na carteira, que retirei calmamente do carro pela porta do passageiro, e tentei que aquilo subisse para a folha e saísse do meu carro de uma vez por todas. Como é óbvio, nada disso aconteceu. É claro que ela caiu da folha de papel para lugar incerto. Pior é que o referido lugar incerto ainda era dentro do carro. Respirei fundo e pensei dar-lhe dois ou três minutos para aparecer. Fui fazer o pré-pagamento e abasteci.

Nisto, tinha um senhor dentro de um carro atrás do meu que coitado, já devia estar farto de esperar. Ainda pensei ir explicar ao senhor que tinha uma aranha dentro do carro, sabe-se lá onde, e que ainda ia demorar e por isso devia ir para outra fila. Hesitei.. Olhei mais uma vez.. Não a via em lado nenhum. Então, num rasgo de coragem, respirei fundo, entrei e liguei o carro, e entre arrepios e comichões andei 10 metros até ao sítio do ar / água e voltei a sair disparada, a sacudir-me toda não fosse ela ter apanhado boleia na minha saia ou coisa do género.

Eu tinha duas hipóteses: ou encontrava a merda da aranha ou deixava ali o carro e ia de táxi.
Então, do lado de fora do carro, mantendo uma distância de segurança, retomei as buscas. Fui descobrir a sacaninha entre o meu banco e a porta mas não tinha como a tirar, e já tinha visto que a folha de papel não dava resultado. Acendi um cigarro e olhei em volta. Encontrei umas folhas de palmeira seca. Peguei numa e empurrei-a daquele sitio debaixo do banco e ela subiu para a folha. Mantive a calma suficiente para não largar a folha e desatar a correr. Deixei-a a um metro e meio do carro, após ter desfeito a teia grossíssima que a estúpida da aranha tinha deixado ligada ao carro. Entrei no carro, e arranquei entre comichões e arrepios para mais um dia de trabalho.E fui a pensar na minha sorte e a imaginar o que teria acontecido se a sacana me tivesse aparecido enquanto conduzia na auto-estrada, ou coisa assim.

Há duas coisas verdadeiramente assustadoras nesta história toda:
1. Andei desde domingo com aquela coisa nojenta ao pé de mim;
2. Podem ter entrado muito mais aranhas enquanto deixei a capota aberta!..itsy bitsy spider...

Wish me luck!

1 comentário:

Phil disse...

Inês ...

Imagine an alien spaceship picking you up one day and dropping you off in some random place - I don't know, Albacete or somewhere, hundreds of kilometres away, no mobile, no way to get home, hubby and dogs without a clue where you are ...

I think you owed it to spidey to get her home to her family. Instead, what did you do? You left her on the forecourt of a petrol station?

Oh, the cruelty ...