Desde sempre somos confrontados com binómios antagónicos: O Bem e o Mal, o peso e a leveza do nosso amigo Kundera, o quente e o frio, o ser e o não ser... Mas toda a minha vida o binómio que se apresentou mais complicado de resolver foi o que opõe as diversas perspectivas de a encarar: o copo meio cheio ou meio vazio. Mas será que a escolha resolverá alguma coisa? É que, no fundo e apesar do livre arbítrio, a vida será sempre o meio copo que, incansavelmente, tentamos encher...
segunda-feira, 28 de novembro de 2011
O nosso Fado..
Ser benfiquista é ter na alma a chama imensa...
Sim... Sou contra o vandalismo, mesmo quando instigado pelas "jaulas" desta vida.
Mas também sou contra o sensacionalismo e vitimização. Deixaram a chama crescer durante muito tempo, só para justificarem a jaula e desviarem a atenção do facto de não terem jogado bem.
(Sim, sou tirana, este post não está aberto a comentários. Já discuti sb isto o que tinha a discutir. Deixo-vos só com as imagens do antes e do depois).
quinta-feira, 24 de novembro de 2011
No one should be this cool... Steve again
quarta-feira, 23 de novembro de 2011
Das dores de Alma
terça-feira, 22 de novembro de 2011
Das músicas de Natal
segunda-feira, 21 de novembro de 2011
Como poupar ou a lista de coisas que devia fazer (e faço) Parte II
Lavar a Loiça: Sabem aquele Fairy espuma activa (ou qualquer coisa do género) que é caro como sei lá o quê? Invistam na compra de um. Passo a explicar: a espuma activa não é, nada mais nada menos, que detergente misturado com água e impulsionado por aquela bisnaga especial, que transforma o detergente em espuma. Ou seja, após a primeira utilização da embalagem, basta reutilizá-la com a colocação de um pouco de detergente normal (numa proporção de 1/8) e encher o resto de água. É uma óptima maneira de poupar que já fazemos lá em casa.
- Mudar das lâmpadas normais ou económicas para lâmpadas LED. As lâmpadas não são baratas mas duram imensos anos e não gastam mesmo nada;
- Utilizar velas para criar luz ambiente e assim poupar na electricidade. Não precisam de ser velas caras. Basta colocar cinco ou seis círios que se compram em packs no IKEA ao preço da chuva) e colocar dentro de frascos de vidro dos iogurtes. E é bastante Natalício;
- Usar o forno ao domingo para cozinhar a comida para a semana;
- Não deixar os carregadores de telemóvel, computador na ficha nem máquinas como as de café ligadas constantemente.
quarta-feira, 16 de novembro de 2011
Carta aberta aos Portugueses
Quem me conhece sabe que é verdade: gosto de ser portuguesa, tenho orgulho no meu país e defendo Portugal com tudo o que tenho contra qualquer ataque. Já tive várias discussões com quem diz que devíamos ser tomados pelos Ingleses ou pelos Espanhóis para sermos civilizados ou com quem diz que somos todos uma cambada de pobres de espírito. Não aceito isso.Não aceito que o meu país seja assim tratado.
Não é uma posição ingénua ou infantil da minha parte. Esta é a posição de quem não baixa os braços perante as adversidades, de quem não desiste do que é seu. E eu nunca vou desistir do país que é a minha casa e dos Portugueses que são meus concidadãos.
Mas na verdade, de há uns tempos para cá, tenho vindo a desiludir-me cada vez mais com Portugal e com os portugueses. E não digo isto pela crise ou pela classe política, ou pela corrupção espalhafatosa que sai impune, sem vergonha pelas ruas. Nem é disso que se trata. Não que me conforme com esse tipo de impunidade que já cansa. Mas é bem pior que isso.
O que me tem vindo a transtornar é a amoralidade, o cepticismo, o ateísmo, o não é nada comigo, o não vale a pena são todos iguais, o ressabianço, a falta de princípios, dos chicos espertos, da desresponsabilização, o esquecimento da civilidade, a iliteracia e o desinteresse geral por qualquer coisa que não afecte cada um, na sua esfera pessoal, no imediato.
Fico doente por ter de dar razão aos críticos quando dizem que os portugueses são comezinhos, atrasados e por civilizar. E por isso escrevo esta carta aberta - porque não me conformo e não desisto de nós, porque no fundo sei que temos valor e valemos a pena. Por isso aqui vai:
Não quero um Portugal que apupa o hino nacional dos outros países e que não sabe o seu hino de cor
Não quero o Portugal do "não voto porque são todos iguais e não vale a pena" ou do "hoje era dia de votar? nem sabia fui para a praia".
Não quero o Portugal da Popota e da Casa dos Segredos, em que as crianças mandam nos pais e entram na adolescência aos 8 anos, com as exigências de roupas e playstations e pouco mais.
Não quero o Portugal das pessoas que se endividam mais do que podem para terem um topo de gama descartável em pouco tempo estejamos a falar de carros, ou de telemóveis, ou de malas e não têm comida para dar aos filhos.
Não quero um Portugal que vire a cara aos seus velhos, seus pais e avós, que são largados ao abandono, que pedem nas ruas para sobreviver, que vasculham caixotes de lixo, que morrem sem que ninguém dê por sua falta.
Não quero um Portugal em que as manifestações se sucedem nas ruas, mas a luta diária pelas melhores condições que se exigem, se perde entre um café e outro e é deixada nas mãos dos outros.
Não quero um Portugal do "tenho direito a ser feliz", quero um Portugal do "vou fazer tudo para ser feliz".
Quero o Portugal da imensidão do mar e da extensão de praias a perder de vista, pontos de partida para mundos que um dia tivemos a coragem de descobrir, do surf e da vela, da pesca que nos foi tirada.
Quero o Portugal do verde, do sol ameno, da cortiça, do cheiro a eucalipto, do barulho da água a correr, das energias renováveis e da inovação tecnológica, da agricultura, do vinho do porto.
Quero o Portugal do respeito por todos, da civilidade e hospitalidade, da entre-ajuda e solidariedade, da igualdade e das oportunidades.
Quero o Portugal do Mourinho, da Daniela Ruah, do Cristiano Ronaldo (apesar de tudo), da Rosa Mota, de Carlos Lopes, de Aristides Sousa Mendes, de Fernando Pessoa, de Luís Vaz de Camões, da Amália, da Marisa, do Eusébio, da Paula Rego, do José Saramago, do Papa João XXI, do Horta Osório.
Quero o Portugal das bandeiras nas janelas, do fado, dos arraiais, da sardinha assada, do fogo de artificio, da broa e do queijo da serra, das queijadas e travesseiros e manjericos.
Quero o Portugal dos castelos, palácios, muralhas, solares, ruínas, pelourinhos, fontes, praças e lugares que a história nos deixou para guardar.
Quero o Portugal das pessoas com opinião, que defendem o que acreditam sem vergonha dos seus ideais.
Quero o Portugal feito por nós, todos os dias, sem desistências e desesperança. Se falharmos a culpa vai ser nossa e não dos que nos precederam ou que virão depois. Quero o meu Portugal muito melhor. Mas não consigo fazer tudo sozinha.
Por isso, como dizia Pessoa: É hora Portugal! Mãos à obra!
sexta-feira, 11 de novembro de 2011
quarta-feira, 9 de novembro de 2011
Tropicália ou a Educação de Caetano
Há uns dias tive, mais uma vez, a oportunidade de presenciar Caetano Veloso a fazer o que ele faz melhor. E desta vez veio acompanhado por Maria Gadú, a voz quente da maria-rapaz preferida do Brasil. Enquanto esta foi uma aquisição recente do meu imaginário musical, Caetano sempre fez parte de mim, ao ponto de não me recordar de como ou quando começou a sua incursão na minha vida. Ele está comigo desde sempre. Este par de músicos magníficos conseguiu a proeza de concretizar um concerto intimista no Pavilhão Atlântico, conhecido pela péssima acústica e impessoalidade. Mas cada um deles, com as suas vozes e violão, encheram aquele espaço de calor e saudade e ternura. Enquanto os mais novos aguardavam as músicas de Gadú, eu torcia para que viessem de Caetano, pelo menos, algumas das minhas preferidas. E vieram Camaleoa e Qualquer Coisa que foram entoados, por ele, por mim e mais uns quantos da escola de Caetano. De olhos fechados, como se o vento da janela a percorrer a minha cara, no carro a caminho da praia de Fábrica, passasse de novo por nós. Muitas lágrimas tiveram de ficar contidas enquanto a voz divina de Caetano me arrepiava a pele, uma e outra vez. No concerto do outro dia só faltaram "etc", "fina estampa" e "paloma".
E nisto cheguei a uma conclusão. Grande parte da minha personalidade foi vincada pela música de Caetano. A minha educação foi a Educação de Caetano. Ou Tropicalista, como diz o meu namorado com o orgulho de também ter tido um vislumbre dessa educação, apesar de ter escolhido enveredar por outro caminho, o de Chico Buarque de Holanda, não muito afastado do meu, mas diferente na forma de expressão.
Cresci e fui educada pelos meus avós maternos, os melhores do mundo, que me ensinaram que a bondade e a seriedade são essenciais, apesar das dificuldades que nos possam trazer. O meu avô demonstrou-me a importância da escola e dos livros para se chegar mais longe. A minha avó ensinou-me a amar. Apesar de serem conservadores em muitas coisas, como na ideia machista de a minha avó não poder trabalhar fora de casa, eram liberais em muitas outras. O conservadorismo de esquerda do meu avô, dos bons livros e da igualdade e respeito por todos faz de mim grande parte do que sou, apesar de me ter tornado liberal do centro... Não há nada melhor que o meio copo.
Mas Caetano, entra na minha vida por via dos meus tios, que me levavam com eles de férias e em quase todos os fins-de-semana. Caetano era banda sonora constante em qualquer deslocação e com 5 ou 6 anos, eu e a minha prima R. já entoávamos as suas letras do Concretismos, nada fáceis de decorar. E as músicas e forma de vida de Caetano transmitiram-me os valores de respeito pelos homens e mulheres de qualquer cor, credo, nação ou sexualidade, o respeito pela natureza, o amor à liberdade e ao não preconceito, a importância de reconhecer beleza em qualquer lugar, a importância do amor. Tudo numas centenas de músicas que se não sei de cor, trauteio. Sendo que foi o menino do rio foi a primeira que decorei do princípio ao fim: peguei na capa do CD e copiei a letra para o caderno da escola.
Não foi fácil entrar para o ciclo e afirmar de forma naif que o meu músico preferido era Caetano, enquanto todos entravam em histeria com os Back Street Boys que sempre achei detestáveis. Mas mantive-me sempre fiel. E quando Caetano virou moda por causa do Sozinho que passava na novela, toda a gente passou a adorá-lo, sem saber o que faziam. Continuei a gostar de Caetano, que ele é de todos e é assim que tem de ser. Porém, não gosto do sozinho, banalizou-se.
Espero, um dia poder educar os meus filhos da mesma forma, com Caetano a ajudar. E o Chico também ;)