domingo, 11 de dezembro de 2011

Como esquecer alguém (Parte I)

Este texto já foi escrito por Miguel Esteves Cardoso e não tenho pretensões de fazer melhor. Tenho apenas ideias a acrescentar, que penso poderem ajudar those in need (vocês sabem quem são: os de coração apertado e lágrima fácil, nos últimos tempos). Como daquelas pessoas que choram por osmose, por não aguentar ver mais tristeza nos olhos de quem é meu, tenho todo o interesse em que sigam estes conselhos não solicitados.
O MEC diz com razão que se tem de esquecer devagar, não há outra forma, que isto do esquecer depressa não funciona e, normalmente, dá mau resultado. Portanto, os conselhos de amiga que aqui deixo são para se manterem no tempo, na lentidão dos dias que passam ainda mais devagar para os que sofrem de saudade e incompreensão. São para ir fazendo, sem desistência, todos os dias, durante muito tempo, até que se esqueçam porque o fazem.

Tudo isto ajuda, evita que piore, eu sei lá.. Nunca tive jeito para esquecer quem amo e por isso sei pelo que passam agora, na incredulidade de quem não sabe como vão conseguir. Mas sei que estes conselhos me ajudaram, e tornaram o caminho mais fácil, quando foi preciso. Assim, desejo-vos toda a força do mundo, sabendo que estou à distância de um telefonema. This too shall pass é um bom mantra para entoarem mentalmente nesta maratona. Agora, só falta porem-se ao caminho.

1.   Mudar a discografia: É imprescindivel! Não dá para continuar a ouvir os cds que ambos partilharam e não dá para arriscar ouvir rádio e apanhar a vossa música pelo caminho.. é logo um dia que fica todo estragado. Portanto, falem com vossos amigos e perguntem o que é que eles andam a ouvir. Experimentem música nova, mas que estejam dispostos a perder durante uns tempos. Nestas alturas, não dá para ouvir o CD preferido porque vão perder as suas músicas durante muito tempo. Já todos perdemos músicas, músicas que foram nossas e que agora já não conseguimos ouvir... Umas são recuperáveis mas outras, pela impenetrável conexão que têm com as memórias que não se querem ter, perdem-se para sempre.. E por isto, música étnica é, para mim, a melhor opção. Traz-nos o calor de lugares distantes, num ritmo animado e numa língua imperceptível.. ideal para não começarmos a fazer conexões entre a letra e a nossa vida.



2.   Cortar o cabelo: Esta é, normalmente, a primeira medida a tomar quando desejamos mudar de vida, ser diferentes do que somos e, por isso, é das coisas mais adequadas para fazer em época de sofrimento. Nesta época, não nos reconhecemos, nem reconhecemos a nossa vida, portanto uma mudança razoavelmente radical pode ser um óptimo alicerce para o desconhecimento instalado. A mudança na aparência traz consigo uma aparência de mudança, e de fora para dentro, a mudança vai acontecer. Tudo começa com um bom corte de cabelo.. Sim, tem de ser bom.. Cortes de cabelo auto-destrutivos estão proibidos nesta fase (nada de rapar ou pintar de azul). Por isso, larguem a tesoura de cozinha que já estava na vossa mão e vão-se por bonitas.




(To be continued)

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