"Death doesn't really worry me that much, I'm not frightened about it... I just don't want to be there when it happens"
A semana passada foi um tanto ao quanto banal, com imenso trabalho, nada a assinalar. No entanto, a minha sexta-feira foi tirada de um filme de Woody Allen. Saí da cama ainda a dormir e fui alimentar os "meus" cães. Para mim, esse é um momento importante do dia dado que é a única altura em que eles dependem de mim para alguma coisa, porque nas outras alturas eu bem posso dizer senta cem vezes, e puxar a trela e dizer junto, que eles não estão nem aí. Dizem que é porque não sou o macho alfa da família. No entanto, nada que eu faça, desde falar com voz grossa a largar a depilação adianta. Até acho que os cães se riem de mim. Mas não era sobre o facto de não impor respeito aos meus cães que vinha aqui falar, apesar de eles serem o motor de muitos momentos Bridget assinaláveis.
Onde é que eu ía.. ah, fui a dormir dar de comida aos cães. Ora, a comida está guardada na dispensa, no fundo da dispensa, onde o tecto é significativamente mais baixo. Porém, na sexta-feira, bati com a cabeça na parte da parede que desce, com toda a força, como se a parede nunca tivesse estado lá. Pura e simplesmente, não me baixei o suficiente. Normalmente, isto acontece-me quando estou de saltos, na medida em que a variação drástica de alturas não me permite aferir ao certo a distância das coisas ou quanto é que me tenho de baixar. Ser uma toupeira e precisar de mudar de óculos também não ajuda, eu sei. Mas desta vez, não tive desculpa. Estava mesmo só a dormir.
Ao bater com a cabeça, soltei um grito que assustou os meus cães que deram três passos para trás com medo de mim. Parece que só consigo ser o alfa quando grito de dor. A cabeça ganhou automaticamente um alto gigantesco. E pensei: ainda bem que não foi no occipital!
Resumindo, fiquei o dia inteiro cheia de dores, a avisar toda a gente o que me tinha acontecido, para poderem avisar o INEM do que se tinha passado, caso caísse inanimada no chão. E de hora a hora, nasciam-me sintomas, que apesar de saber serem psicosomáticos, não havia maneira de passarem. Desde náuseas a tonturas, tive tudo.
Quando finalmente o galo já cantava baixinho, ao ponto de já não ouvir mais do que um pequeno murmurar, cheguei a casa ao fim do dia, cheia de fome e comecei a fazer o jantar. Decidi fazer o meu risotto de limão. Comecei por raspar a casca do limão, espremê-lo, e depois de vários processos a explicar num blog à parte, provei o risotto, para poder acertar os temperos. O risotto estava amargo!! Não sei se do tipo de limão ou do facto de ter juntado limão a mais, estava amargo ao ponto do quase insuportável. Resolvi juntar açúcar e mais sal e pimenta. E umas ervas. Continuava amargo. Voltei a juntar açúcar, uma e outra vez. Transformei o risotto em qualquer coisa indescritível. Não comemos o risotto de tão mau que estava e eu estou proibida de fazer risotto de limão até para o ano. O meu querido risotto de limão, acompanhamento perfeito de vieiras saltadas em cama de legumes ou mesmo de uns simples rissóis de camarão. Tive vontade de chorar.
E assim, apesar de ser uma semana sem nada de especial a assinalar, a minha banal sexta-feira teve todos os pormenores de uma Bridget, num filme de Woody Allen, à excepção de não se passar em Nove Iorque. Teria tido muito mais graça. Há dias assim...
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