domingo, 15 de julho de 2007

Just in time!

Há uns anos vi um filme que apanhei ao inicio mas do qual não sabia o nome. Esse filme relatava a estória de um encontro entre dois jovens num comboio a caminho de Viena. Um jovem americano a caminho do voo de regresso a casa e uma estudante de regresso aParis. Começaram a falar e a empatia foi instantanea. Ele convidou-a para sair do comboio e passar o dia em Viena e ela arriscou...

Conheceram a cidade, conheceram-se mutuamente, mesmo no sentido bíblico. Mas o amanhecer trazia a despedida... Prometeram encontrar-se em seis meses na mesma cidade. Tinham encontrado a pessoa certa e não a podiam deixar escapar... E o filme acabou! Ontem, sábado à noite, estava em casa com a neura. Troquei sms com uma amiga que me disse que estava a ver um filme que era a continuação de outro que tinha visto há uns anos... E que estava ansiosa para saber o final da história. E nesse momento eu soube que era aquele.

Comecei a ver e confirmei as minhas suspeitas. Eram eles, passados 14 anos, desta vez em Paris. Ela tinha faltado ao encontro não por vontade mas por falta de opção. Começaram a falar... nenhum dos dois se esquecera. Mais uma vez, o reencontro estava cronometrado, ele tinha de apanhar o avião ao anoitecer. Mais uma tarde a passear pela cidade, a reconhecerem-se. Sim, as suas vidas tinham mudado mas eles não.

Descobriram que o desencontro de Viena os tinha feito desacreditar no amor. E com esse descrédito veio a resignação.

Ele casou-se, cedeu ao compromisso, parecia o mais certo a fazer. Não amava a mulher porque não podia amar mais ninguém e nessa desesperança cedeu ao que a sociedade esperava dele, à imagem que tinha dele próprio e conformou-se deste modo para não ficar sozinho.

Ela colecionou relações que estavam destinadas a falhar porque não conseguiu amar mais ninguém como amou aquele rapaz naquela noite. Agora tinha uma relação estável com um reporte de guerra, relação que conseguia manter porque este passava o tempo fora. obviamente não o amava... nem podia.

Na cena final do filme estão em casa dela e ouvem Nina Simone, "just in time". Não vos vou estragar o final do filme estejam descansados os que não viram...

O filme acabou e eu estava sozinha na minha sala com um sorriso estúpido na cara.

E então levanta-se a questão de se existem ou não almas gémeas. E se a existir todos temos direito à nossa, que aparecerá just in time, apesar de todos os anos de sofrimento na espera. São questões válidas mas sem resposta.

O realizador do filme classifica-o como "um romance para realistas". Será? Ao mesmo tempo que nos inunda o ecrã com diálogos que nos fazem acreditar no conceito compreensivo de alma gémea chegamos à conclusão que o percurso para chegar a ele é feito de meros acasos, de sorte e azar.

O pessoal do copo meio cheio (os optimistas), acredita que apesar de todos os desencontros, que tinham de acontecer, o verdadeiro amor chegará quando tiver de ser, quando estivermos preparados... Just in time...

As gentes do copo meio vazio não acredita sequer no conceito de alma gémea vivendo na resignação de relações infrutíferas por não conhecerem sequer a existência da outra opção.

Os do meio copo, nos quais me incluo, são agnósticos no que respeita à existência da alma gémea. Não temos prova da sua existência o que não quer dizer que não tenhamos esperança pois nada impede que um realista seja ao mesmo tempo idealista. Portanto, esperamos que o acaso nos bata à porta. Mas como temos dúvidas no seu aparecimento vamos vivendo a vida ligeiramente, sem arriscar muito (nesse campo), como se vivêssemos numa quase resignação preventiva. Eu como acho que se trata de uma questão de sorte, e Bridget que se preze não tem nenhuma vou assim levando a vida.

Por último, aconselho- vos a ver ambos os filmes (Before sunrise e Before sunset, respectivamente) e a não deixarem de acreditar. Pode ser que apareça Just in time!

4 comentários:

Anónimo disse...

amori,
ja refilaste cmg por ser uma amiga desnaturada e n ter ainda comentado o teu blog mas... Isso está prestes a mudar!!!
Antes de mais tenho de te dizer k estou a adorar o teu blog k me dá a oportunidade de conhecer um lado k tu tanto escondes de nós...
Quanto ao filme, eu tb vi o 1º mas infelizmente perdi o "before sunset". Eu gosto de pensar k faço parte dos do copo meio cheio. É mais facil viver acreditando k "just in time and no mather what" a tua alma gemea aparecerá e, como nos contos de fada, "you live happy ever after"... Acho que dá mais sentido à vida e relativiza todo o sofrimento... Se realmente existem almas gemeas e se todos nós temos direito a uma, sinceramente n sei... Mas mesmo assim continuo a acreditar, a sonhar com a possibilidade de um dia encontrar a minha.
Considero, contudo, que a grande questão que se coloca, mais do que saber se todos temos uma alma gemea e se a todos a vamos encontrar, é a relativa à importância desta na nossa vida. Conseguiremos nós ser plenamente felizes mesmo sem encontrarmos a nossa alma gémea? De que maneira essa busca influencia as nossas relações?
Deixo-te com estas perguntas...
E agnes, mesmo uma bridget também tem os seus momentos de sorte... Toda a bridget tem o seu mr darcy!!! ;)
baci,

Ivita

Anónimo disse...

de copo meio cheio aki estou eu! a brindar a estes paragrafos...

Venha dai o cavalo branco com o princepe encantado, com flores e bombons nos braços, k suba pla minha janela agarrado às minhas longas tranças (n pode é puxar mt... private LOL), k dance cmg um tango com uma rosa entredentes, k m sussurre ao ouvido ate m arrepiar.. k me de um beijo, k m agarre, k m puxe, k m vire ao contrario, k m leve po castelo, pa masmorra tanto fax..
EU KERO TUDO A K TENHO DIREITO!!! s existem contos d fadas entao eu tb kero...

copo meio cheio SEMPRE!
Beijo0 grande

Anónimo disse...

Gémeo diz-se que o é de coisas idênticas ou perfeitamente iguais.

Não podemos passar a vida à procura disto ...

Miss em cena herself disse...

Na senda desses filmes e tendo como tema a busca pela alma gémea e o destino, vê este filme...

http://www.youtube.com/watch?v=MLyQ3LMn6ZI

Nota pessoal: é mais comercial, mais americanizado, mais comédia romântica hollywoodesca... mas ñ deixa de ser giro ;-)