Desde sempre somos confrontados com binómios antagónicos: O Bem e o Mal, o peso e a leveza do nosso amigo Kundera, o quente e o frio, o ser e o não ser... Mas toda a minha vida o binómio que se apresentou mais complicado de resolver foi o que opõe as diversas perspectivas de a encarar: o copo meio cheio ou meio vazio. Mas será que a escolha resolverá alguma coisa? É que, no fundo e apesar do livre arbítrio, a vida será sempre o meio copo que, incansavelmente, tentamos encher...
sexta-feira, 30 de dezembro de 2011
quinta-feira, 29 de dezembro de 2011
Das 12 badaladas ou as minhas resoluções para 2012
No fechar deste ano que foi bom e ao entrar em 2012 que certamente será melhor, sei que as 12 badaladas vão soar no nosso âmago enquanto gritamos uma contagem decrescente do 10 em diante, desencontrada das panelas que se começam a ouvir lá fora. Não sabendo onde vou estar nessa noite, se em cima de uma cadeira ou não, tenho a certeza que estarei no sítio certo, porque vou estar a teu lado, mais um ano, a olhar-te nos olhos enquanto engulo passas, apressadamente, ao ritmo das badaladas, desencontradas da contagem decrescente, em simultâneo com os desejos que se costumam pedir. E neste frenesim, sei que quando a contagem chegar ao zero, vou largar todos os pensamentos e vou deixar desejos por pedir, só para poder selar mais um ano com o beijo atrapalhado de quem tem a boca cheia de passas que custam sempre tanto a engolir. Mas fecham-se os olhos e tudo está bem. Os desejos que ficaram por pedir transformam-se em resoluções para cumprir e fica tudo bem. Porque acabam por ser a mesma coisa: a maior parte das vezes, a concretização dos desejos que pedimos, depende apenas de os querermos mesmo realizar. Assim, para não me esquecer de nada, e sem acreditar na superstição de que se contar não se realizam, resolvi anotar os meus desejos / resoluções, para este ano em que entramos:
Balanço 2011
- Viajei. Não tanto como queria mas para o ano será melhor;
- Ultrapassei obstáculos: exame de agregação Check;
- Dancei e cantei mais alto;
- Cuidei de mim;
- Amei-te melhor;
- Fui mais arrumada e lavei o carro mais vezes (e no entanto o carro continua sem grelha);
- Passeio os cães todas as manhãs;
- Estive com os amigos (pouco, ainda, mesmo assim);
- Poupei tristezas e substitui as lâmpadas lá de casa por LED para poupar energia;
- Este ano fui mais feliz!
O que ficou por cumprir (e passa para a lista de resoluções de 2012, a qual protesto juntar):
- Aquela viagem, só nós dois;
- Beber água e deixar a Coca-cola (apesar das batatas fritas terem sofrido uma redução substancial);
- Ler mais livros; e
- Poupar dinheiro (tenho cá para mim que este no é que vou conseguir).
- Passei fins-de-semana deliciosos;
- Fui a festivais e concertos (Donavon - Ericeira Summer Fest, Jamie Cullum, Diego el Cigala, Cold Play - Optimus Alive, Gipsy Kings, Caetano Veloso e Maria Gadu, Bon Jovi, entre outros);
- Fui a dois casamentos e dois baptizados;
- A Maria nasceu e a Luísa vem a caminho;
- Cantei no Rock in Law;
- Andei a cavalo (montei) pela primeira vez;
- Andei de barco;
- Fiz milhares de compotas e biscoitos;
- Tornei-me sócia do Sporting e comprei lugar de época;
- Fui a Amesterdão mais uma vez;
- Tive cerca de 6000 visualizações do blog só este ano (o que pode parecer rídiculo para que tenha este número de visualizações por dia, mas para mim foi um passo importante abrir o blog ao mundo);
- Fui madrinha e fui à festa de Natal na Casa dos Rapazes; e
- Comecei a andar de mota (à pendura - mas já foi um grande passo).
sexta-feira, 16 de dezembro de 2011
A alegria de uma criança
- patinar no gelo e tentar não cair;
- ficar embevecida com as luzes e cores;
- sorrir com os olhos;
- fazer "V's" de vitória (ou de peace and love) para as fotografias;
- fazer casas de gengibre e montar a árvore de Natal;
- cantar músicas de Natal em uníssono;
- manter a esperança num mundo melhor;
- partilhar a alegria de passar pelo security check do aeroporto e não apitar com o segurança;
- comer gomas e algodão doce;
- andar de carrossel;
- a alegria sincera de partilhar o que temos?
quinta-feira, 15 de dezembro de 2011
Dos que estão longe
- Assim, à L. que está em nos EUA: Querida amiga, todos os dias penso em ti e neste oceano que está no meio. E tenho tantas saudades que nem aguento. Esta "personagem de filme de Tarantino" sente falta da sua comparsa de gabinete, conversas, jantares, gostos, de compreensão. És das poucas pessoas que me conseguia criticar e ser dura sempre na altura certa, sempre quando precisava mais. Por isso tenho saudades e quero saber de ti. Sei que estás feliz aí, mas sabes que tens aqui também uma casa e pessoas de braços abertos à tua espera.
- À prima R. e à baby L. em gestação, que estão em Larnaca - Chipre: Amora, prima-irmã do Guincho e de Fábrica, e de todas as férias e fins-de-semana e madrugadas, acompanhadas de panquecas e gelado. Custa-me tanto não poder partilhar deste momento maravilhoso que atravessas, custa-me não poder por a mão na tua barriga e ver o teu sorriso a resplandecer enquanto trazes contigo o início da tua própria família. Baby L., que vais ser a nova prima caçula, apesar de seres cipriota, espero que esta casa te receba um dia também. Espero poder ver-te crescer, e espero ver os olhos do papá e da mamã a sorrir nessa cara linda, que só poderás ter.
- À Fifi que está em São Tomé: E que nos escreve e-mails em forma de crónica a contar as estórias recambulescas que ocorrem no coração de África. Enquanto primas mais velhas sempre levámos a responsabilidade de tomar conta e mandar dos pequeninos e agora, com mais pequeninos a caminho, no lado oposto, deixas-me prima mais velha, cheia de ciúmes, do verde efervescente de África. Sabemos que vais voltar com uma bagagem diferente da que levaste, provavelmente mais leve, mas preciosa. Aguardo a volta do correio e a visita do Natal, enquanto me lembro de como cantávamos Laura Pausini agarradas à capa do CD, com as mãos a segurar um microfone imaginário.
- Ao V. que está no Texas, mas já esteve em Luanda: Raio do homem tem bicho carpinteiro.. Quando chegares a Portugal vai a Fátima na ponta da língua agradecer a santa F. que tens como namorada, que se fosse eu... Tenho saudades das tuas parvoíces e dos teus planos mirabolantes para o que quer que se faça. Vamos mandar uma carta à Oprah para ver se ela te traz de volta depressa. Dos restaurantes esquisitos e de me emprestares Cd's (muitos deles ainda tenho aqui), e das festas e de me teres acolhido no teu grupo de amigos como que sempre tivesse estado ali. Foste aquele que me aturaste e me deste esperança, quando mais precisava. Tenho muitas saudades tuas e gosto muito de ti.
- À J. que está em Dili: E que do fim do mundo nos escreve crónicas deliciosas e nos maravilha com fotografias sempre inesperadas, dando-nos a conhecer o fim do mundo. Saudades dos lanches na copa e nas conversas à porta do escritório que nos faziam querer ficar mais um pouco, antes do regresso a casa. Que essa experiência fortaleça ainda mais a tua personalidade vencedora e o vosso amor-modelo, e que tragas tudo isso de volta para partilhar connosco.
- À S. que vai-e-não-vai, vai a Angola: E que me leva como companhia de viagem, quando a Internet funciona, que a vida de rotator não é nada fácil. Temos sempre saudades da tua frontalidade irónica e do teu sorriso cada vez que estás lá fora.
- À C. que está em Macau: E que também escreve e partilha connosco as maravilhas asiáticas e do amor, que gosto de ler por ter a compreensão de que viu os filmes que eu vi. Vai escrevendo mais que temos saudades.
quarta-feira, 14 de dezembro de 2011
terça-feira, 13 de dezembro de 2011
Como esquecer alguém (Parte II)
domingo, 11 de dezembro de 2011
Como esquecer alguém (Parte I)
Tudo isto ajuda, evita que piore, eu sei lá.. Nunca tive jeito para esquecer quem amo e por isso sei pelo que passam agora, na incredulidade de quem não sabe como vão conseguir. Mas sei que estes conselhos me ajudaram, e tornaram o caminho mais fácil, quando foi preciso. Assim, desejo-vos toda a força do mundo, sabendo que estou à distância de um telefonema. This too shall pass é um bom mantra para entoarem mentalmente nesta maratona. Agora, só falta porem-se ao caminho.
segunda-feira, 28 de novembro de 2011
O nosso Fado..
Ser benfiquista é ter na alma a chama imensa...
Sim... Sou contra o vandalismo, mesmo quando instigado pelas "jaulas" desta vida.
Mas também sou contra o sensacionalismo e vitimização. Deixaram a chama crescer durante muito tempo, só para justificarem a jaula e desviarem a atenção do facto de não terem jogado bem.
(Sim, sou tirana, este post não está aberto a comentários. Já discuti sb isto o que tinha a discutir. Deixo-vos só com as imagens do antes e do depois).
quinta-feira, 24 de novembro de 2011
No one should be this cool... Steve again
quarta-feira, 23 de novembro de 2011
Das dores de Alma
terça-feira, 22 de novembro de 2011
Das músicas de Natal
segunda-feira, 21 de novembro de 2011
Como poupar ou a lista de coisas que devia fazer (e faço) Parte II
Lavar a Loiça: Sabem aquele Fairy espuma activa (ou qualquer coisa do género) que é caro como sei lá o quê? Invistam na compra de um. Passo a explicar: a espuma activa não é, nada mais nada menos, que detergente misturado com água e impulsionado por aquela bisnaga especial, que transforma o detergente em espuma. Ou seja, após a primeira utilização da embalagem, basta reutilizá-la com a colocação de um pouco de detergente normal (numa proporção de 1/8) e encher o resto de água. É uma óptima maneira de poupar que já fazemos lá em casa.
- Mudar das lâmpadas normais ou económicas para lâmpadas LED. As lâmpadas não são baratas mas duram imensos anos e não gastam mesmo nada;
- Utilizar velas para criar luz ambiente e assim poupar na electricidade. Não precisam de ser velas caras. Basta colocar cinco ou seis círios que se compram em packs no IKEA ao preço da chuva) e colocar dentro de frascos de vidro dos iogurtes. E é bastante Natalício;
- Usar o forno ao domingo para cozinhar a comida para a semana;
- Não deixar os carregadores de telemóvel, computador na ficha nem máquinas como as de café ligadas constantemente.
quarta-feira, 16 de novembro de 2011
Carta aberta aos Portugueses
Quem me conhece sabe que é verdade: gosto de ser portuguesa, tenho orgulho no meu país e defendo Portugal com tudo o que tenho contra qualquer ataque. Já tive várias discussões com quem diz que devíamos ser tomados pelos Ingleses ou pelos Espanhóis para sermos civilizados ou com quem diz que somos todos uma cambada de pobres de espírito. Não aceito isso.Não aceito que o meu país seja assim tratado.
Não é uma posição ingénua ou infantil da minha parte. Esta é a posição de quem não baixa os braços perante as adversidades, de quem não desiste do que é seu. E eu nunca vou desistir do país que é a minha casa e dos Portugueses que são meus concidadãos.
Mas na verdade, de há uns tempos para cá, tenho vindo a desiludir-me cada vez mais com Portugal e com os portugueses. E não digo isto pela crise ou pela classe política, ou pela corrupção espalhafatosa que sai impune, sem vergonha pelas ruas. Nem é disso que se trata. Não que me conforme com esse tipo de impunidade que já cansa. Mas é bem pior que isso.
O que me tem vindo a transtornar é a amoralidade, o cepticismo, o ateísmo, o não é nada comigo, o não vale a pena são todos iguais, o ressabianço, a falta de princípios, dos chicos espertos, da desresponsabilização, o esquecimento da civilidade, a iliteracia e o desinteresse geral por qualquer coisa que não afecte cada um, na sua esfera pessoal, no imediato.
Fico doente por ter de dar razão aos críticos quando dizem que os portugueses são comezinhos, atrasados e por civilizar. E por isso escrevo esta carta aberta - porque não me conformo e não desisto de nós, porque no fundo sei que temos valor e valemos a pena. Por isso aqui vai:
Não quero um Portugal que apupa o hino nacional dos outros países e que não sabe o seu hino de cor
Não quero o Portugal do "não voto porque são todos iguais e não vale a pena" ou do "hoje era dia de votar? nem sabia fui para a praia".
Não quero o Portugal da Popota e da Casa dos Segredos, em que as crianças mandam nos pais e entram na adolescência aos 8 anos, com as exigências de roupas e playstations e pouco mais.
Não quero o Portugal das pessoas que se endividam mais do que podem para terem um topo de gama descartável em pouco tempo estejamos a falar de carros, ou de telemóveis, ou de malas e não têm comida para dar aos filhos.
Não quero um Portugal que vire a cara aos seus velhos, seus pais e avós, que são largados ao abandono, que pedem nas ruas para sobreviver, que vasculham caixotes de lixo, que morrem sem que ninguém dê por sua falta.
Não quero um Portugal em que as manifestações se sucedem nas ruas, mas a luta diária pelas melhores condições que se exigem, se perde entre um café e outro e é deixada nas mãos dos outros.
Não quero um Portugal do "tenho direito a ser feliz", quero um Portugal do "vou fazer tudo para ser feliz".
Quero o Portugal da imensidão do mar e da extensão de praias a perder de vista, pontos de partida para mundos que um dia tivemos a coragem de descobrir, do surf e da vela, da pesca que nos foi tirada.
Quero o Portugal do verde, do sol ameno, da cortiça, do cheiro a eucalipto, do barulho da água a correr, das energias renováveis e da inovação tecnológica, da agricultura, do vinho do porto.
Quero o Portugal do respeito por todos, da civilidade e hospitalidade, da entre-ajuda e solidariedade, da igualdade e das oportunidades.
Quero o Portugal do Mourinho, da Daniela Ruah, do Cristiano Ronaldo (apesar de tudo), da Rosa Mota, de Carlos Lopes, de Aristides Sousa Mendes, de Fernando Pessoa, de Luís Vaz de Camões, da Amália, da Marisa, do Eusébio, da Paula Rego, do José Saramago, do Papa João XXI, do Horta Osório.
Quero o Portugal das bandeiras nas janelas, do fado, dos arraiais, da sardinha assada, do fogo de artificio, da broa e do queijo da serra, das queijadas e travesseiros e manjericos.
Quero o Portugal dos castelos, palácios, muralhas, solares, ruínas, pelourinhos, fontes, praças e lugares que a história nos deixou para guardar.
Quero o Portugal das pessoas com opinião, que defendem o que acreditam sem vergonha dos seus ideais.
Quero o Portugal feito por nós, todos os dias, sem desistências e desesperança. Se falharmos a culpa vai ser nossa e não dos que nos precederam ou que virão depois. Quero o meu Portugal muito melhor. Mas não consigo fazer tudo sozinha.
Por isso, como dizia Pessoa: É hora Portugal! Mãos à obra!
sexta-feira, 11 de novembro de 2011
quarta-feira, 9 de novembro de 2011
Tropicália ou a Educação de Caetano
Há uns dias tive, mais uma vez, a oportunidade de presenciar Caetano Veloso a fazer o que ele faz melhor. E desta vez veio acompanhado por Maria Gadú, a voz quente da maria-rapaz preferida do Brasil. Enquanto esta foi uma aquisição recente do meu imaginário musical, Caetano sempre fez parte de mim, ao ponto de não me recordar de como ou quando começou a sua incursão na minha vida. Ele está comigo desde sempre. Este par de músicos magníficos conseguiu a proeza de concretizar um concerto intimista no Pavilhão Atlântico, conhecido pela péssima acústica e impessoalidade. Mas cada um deles, com as suas vozes e violão, encheram aquele espaço de calor e saudade e ternura. Enquanto os mais novos aguardavam as músicas de Gadú, eu torcia para que viessem de Caetano, pelo menos, algumas das minhas preferidas. E vieram Camaleoa e Qualquer Coisa que foram entoados, por ele, por mim e mais uns quantos da escola de Caetano. De olhos fechados, como se o vento da janela a percorrer a minha cara, no carro a caminho da praia de Fábrica, passasse de novo por nós. Muitas lágrimas tiveram de ficar contidas enquanto a voz divina de Caetano me arrepiava a pele, uma e outra vez. No concerto do outro dia só faltaram "etc", "fina estampa" e "paloma".
E nisto cheguei a uma conclusão. Grande parte da minha personalidade foi vincada pela música de Caetano. A minha educação foi a Educação de Caetano. Ou Tropicalista, como diz o meu namorado com o orgulho de também ter tido um vislumbre dessa educação, apesar de ter escolhido enveredar por outro caminho, o de Chico Buarque de Holanda, não muito afastado do meu, mas diferente na forma de expressão.
Cresci e fui educada pelos meus avós maternos, os melhores do mundo, que me ensinaram que a bondade e a seriedade são essenciais, apesar das dificuldades que nos possam trazer. O meu avô demonstrou-me a importância da escola e dos livros para se chegar mais longe. A minha avó ensinou-me a amar. Apesar de serem conservadores em muitas coisas, como na ideia machista de a minha avó não poder trabalhar fora de casa, eram liberais em muitas outras. O conservadorismo de esquerda do meu avô, dos bons livros e da igualdade e respeito por todos faz de mim grande parte do que sou, apesar de me ter tornado liberal do centro... Não há nada melhor que o meio copo.
Mas Caetano, entra na minha vida por via dos meus tios, que me levavam com eles de férias e em quase todos os fins-de-semana. Caetano era banda sonora constante em qualquer deslocação e com 5 ou 6 anos, eu e a minha prima R. já entoávamos as suas letras do Concretismos, nada fáceis de decorar. E as músicas e forma de vida de Caetano transmitiram-me os valores de respeito pelos homens e mulheres de qualquer cor, credo, nação ou sexualidade, o respeito pela natureza, o amor à liberdade e ao não preconceito, a importância de reconhecer beleza em qualquer lugar, a importância do amor. Tudo numas centenas de músicas que se não sei de cor, trauteio. Sendo que foi o menino do rio foi a primeira que decorei do princípio ao fim: peguei na capa do CD e copiei a letra para o caderno da escola.
Não foi fácil entrar para o ciclo e afirmar de forma naif que o meu músico preferido era Caetano, enquanto todos entravam em histeria com os Back Street Boys que sempre achei detestáveis. Mas mantive-me sempre fiel. E quando Caetano virou moda por causa do Sozinho que passava na novela, toda a gente passou a adorá-lo, sem saber o que faziam. Continuei a gostar de Caetano, que ele é de todos e é assim que tem de ser. Porém, não gosto do sozinho, banalizou-se.
Espero, um dia poder educar os meus filhos da mesma forma, com Caetano a ajudar. E o Chico também ;)
quarta-feira, 19 de outubro de 2011
Best description of marriage ever
quinta-feira, 6 de outubro de 2011
sexta-feira, 30 de setembro de 2011
Whatever Works - Sobre genialidade de Woody Allen
Seremos obrigados a seguir os padrões que a sociedade nos impõe, do dever ser e do ficar bem, para sermos felizes? Não, não somos, apesar de, muitas vezes, ser conveniente. Mas a maior parte das vezes, o melhor, mesmo, é tentar ser feliz, da forma que nos for possível. Se é através de uma relação homossexual, liberal, com diferença de idades e interesses antagónicos, feitios lixados ou inteligência abaixo do minimamente aceitável, através da arte, da beleza, da música, do diletantismo, da religião, ninguém tem nada a ver com isso. Devíamos descer mais vezes do alto dos nossos pedestais e colocarmo-nos no papel dos outros. E aceitar que têm o direito de ser felizes, como conseguirem ser felizes.
Life is short, enjoy it! Whatever works for you is the best way ;)
Whatever love you can get and give, whatever hapiness you can provide, every temporary measure of grace, whatever works
terça-feira, 27 de setembro de 2011
segunda-feira, 26 de setembro de 2011
Mas enquanto não começo a estudar... Mais uma fútil: Uma questão de estilo
quinta-feira, 22 de setembro de 2011
Mulheres e carros ou à procura de um buraco onde me enfiar
Tudo começou num momento Bridget há uns tempos atrás, quando parada no sinal fechado, o condutor do carro vizinho começou a tentar meter conversa, o que ignorei olimpicamente, como qualquer senhora de bom tom. Porém, o senhor queria apenas avisar-me que tinha os pneus da frente bastante vazios. Agradeci a insistência, envergonhada por tê-lo ignorado durante tantos segundos. Desse momento Bridget para o momento de hoje passaram-se cerca de dois meses, mas dado que tenho de fazer uma viagem grande nos próximos tempos, resolvi encher os pneus.
No que respeita a carros, nem me costumo incluir no estereótipo de mulher que nem pôr gasolina sabe, mas obviamente que chamo a assistência se for preciso mudar um pneu. Mas sei o que é um relanti, um alternador, um disco, entre outros. Nada como ter conduzido um clássico (ou chaço para os amigos) durante 5 anos. E sempre que não sei, pergunto. Mesmo no outro dia disse ao meu namorado que o carburador estava a fazer um barulho estranho, tal como o meu carro antigo fazia. Porém, o meu carro novo é a gasóleo. Shame on me! (para as mulheres e homens que não perceberam fica a informação que os carros a gasóleo não têm carburador!)
Mas não era isto que vinha aqui contar. Ora bem, encher os pneus... Não tem nada que saber:
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Abre-se a tampinha do depósito, onde aparece a informação sobre a pressão dos pneus [2.3 nos da frente e 2.1 nos de trás, tendo em conta que o carro vai meio cheio]: Check!
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Marcar a referida pressão na maquineta: Check!
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Tirar a tampinha do pipo (pareço uma deficiente a falar, credo) dos pneus e sujar as mãos todas porque não nos apercebemos no facto de existirem luvas fornecidas para o desempenho desta tarefa: Check!
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Pegar num dos tubos à disposição colocá-lo no pipo: Check!!
E eis que não quando, o ar não sai! Volto a olhar para a maquineta que continua impávida e serena, espeto melhor o tubo e não acontece nada!! E antes de ter tempo de poder formular qualquer raciocínio que me levasse a uma conclusão sobre o que é que se estava a passar, aproxima-se de mim, mais uma alma caridosa desta vida que me diz com muita calma: Não é esse tubo..ãh.. isso é o tubo da água... a mangueira..
Atrapalhada lá agradeci e desempenhei a tarefa de olhos no chão (à procura de um lugar para me esconder), e de cócoras em cima dos saltos e de vestido tigresse, desempenhei a tarefa o mais rápido que pude e saí dali. Não sei se a figura mais triste que fiz foi enfiar a mangueira no pipo ou foi ter ataques de riso (daqueles em que até se chora) em espasmos, no caminho de volta ao escritório, sozinha no carro.
Os agradecimentos àquela alma caridosa nunca são de mais, principalmente, porque a alma caridosa era um homem, que não rolou no chão a rir enquanto me dava a informação preciosa sobre a troca dos tubos. Sim, é possível.. Saravá alminha da bomba da Galp de Queijas.
Os espasmos continuam, e ainda tenho resquícios de óleo nas mãos.. Vou-me lembrar desta durante muito tempo...
quarta-feira, 21 de setembro de 2011
Men are all the same - Part I
terça-feira, 20 de setembro de 2011
Das Saudades que tenho do meu avô
"Nunca tinha sentido a dor da perda. Também não a senti na hora há muito anunciada por todos, mas que tardava sempre e sempre, quase como se ameaçasse não chegar nunca. Chegou, claro. Mas tardou como um grito que se solta no topo de uma montanha, percorre o vale e alcança o outro lado um tempo depois. A dor veio assim, atrasada e acerta-me agora com um murro de mão fechada. De todos, sempre fui o que disse que ainda que te fosses nunca te perderíamos. Pelo exemplo, perdurarias em todos nós, todos os dias, nos gestos pequenos de bondade, nos grandes gestos de humanidade. E assim é. Estive há dias no teu espaço, que foi e continua a ser o meu espaço, a casa onde me recebeste ainda antes de me fazer homem. Deixaram esse trabalho para ti e abraçaste-o com o coração cheio. Ainda lá estava a mesa que se abre ao meio, os bichos de África, o sofá das sestas, a colecção de moedas, arrumada em cima do guarda-fatos. E na mesa que se abre ao meio estivemos todos, os de sempre, já com mais uns quantos que conheceste mas não tiveram a sorte de viver a tua grandeza. Não lhes faltará quem lhes conte as tuas histórias. Por mais que saiba e que grite que também estiveste ali, sentado connosco, a verdade é que não estiveste, porque muitas vezes essas merdas são coisas que dizemos para apaziguar a dor, e para nos enchermos de força, mas não estiveste, o lugar estava vazio, ninguém nos beliscou até doer, não se comeu pão à refeição, não havia uma cabeleira branca nem ninguém para discutir com a avó. Continuas e continuarás a viver sempre dentro de mim, como o meu guia para a vida. Foda-se, mas devias era ter estado naquela mesa. "
Não costumo partilhar textos de outros blogs, não gosto de repetições e de desalojar a prosa do lugar a que pertence. Faço-o hoje, porque se impõe. Obrigada Arrumadinho
quinta-feira, 15 de setembro de 2011
Para lavar a vista - Quem é amiga, quem é?
Este post é para todos aqueles que dizem que o meio copo tem textos muito grandes e poucas imagens e muito que ler. Eu sei que não é tão fácil de absorver como um blog de moda mas tenham paciência... Para os resistentes à preguiça que fazem o esforço de vir cá amiúde, deixo-vos um presentinho:
quarta-feira, 14 de setembro de 2011
Momento McGyver ou porque é que eu sou tão estúpida
Cheguei a casa com dois rolos de relva acabados de regar, comprados no Horto do Campo Grande imediatamente a seguir a ter saído do escritório. Mais uma vez, a minha querida Concha tinha desfeito em pedacinhos parte da relva do pateo e mais uma vez teríamos de a substituir. Como o homem estava ainda no escritório e eu até sou feminista e defendo que não há trabalho que um homem faça que uma mulher não possa fazer, resolvi por mãos à obra.
Depois de arrastar os dois rolos (porque cada um devia pesar cerca de 20 quilos) e de ter espalhado poças de lama pela casa toda, posei a carteira e peguei na National Geographic, enrolando-a na minha mão, preparada para "educá-los" mais uma vez. Por isso, entrei no pateo de revista em riste e fechei a porta de correr para ter a certeza que não fugiam quando percebessem o que os esperava.
Após a minha sessão educativa, preparada para os pôr de castigo e não os deixar entrar em casa, eis que não quando, olho para a porta que estava, completamente, fechada. Não pode ser!!! Estúpida não me lembrei que a porta não abre por fora se completamente fechada. E ali estava eu, de castigo com os dois cães, sem telemóvel, sem cigarros e com muitas horas pela frente porque o homem da casa ainda ia demorar. Só tinha comigo a merda da National Geografic, mas nem isqueiro tinha para poder fumá-la ou fazer sinais de fumo.
E foi aí que me armei em McGyver e com o único objecto que tinha, comecei a forçar a porta, abrindo uma pequena fresta, e tornando-a maior e maior e maior, até que fosse possível caberem os meus dedinhos tortos por natureza e evadir-me daquela prisão improvisada. E de tanto forçar a revista caiu para dentro de casa, no meu último esforço e a porta abriu uma nesga suficientemente grande para poder fugir. Foram dos dez minutos mais estúpidos da minha vida e perdi toda a credibilidade, que ainda me restava perante, os meus cães, que me viram a fazer aquelas figuras. I'm such a Bridget...