segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

Dos homens e do casamento



Casamento: União, tendencialmente eterna, firmada através do compromisso, entre duas pessoas (homem-mulher, homem-homem, mulher-mulher), que pretendam constituir uma família, numa comunhão de amor e vida.  

Este é o meu conceito de casamento, independentemente de ser civil ou religioso. O religioso prende-se mais com a validação da união por Deus e perante a comunidade. O civil, mais contratual, centra-se nos efeitos sociais e patrimoniais, efeitos que coexistem no casamento religioso. Mas independente da forma escolhida o mais importante é o compromisso de amor e respeito assumido pela união subjacente, ou pelo menos devia ser.

Toda a gente quer um festa óptima, ninguém nega. Mas o fundamento para esse passo não pode ser a festa, ou o é suposto, é o que esperam de mim, ou é agora ou fico sozinha, entre outros motivos que não o fundamental. Se não se imaginarem o resto da vossa vida com a pessoa que agora está ao vosso lado, não se casem.Tudo bem que existe divórcio, mas os casamentos celebrados de ânimo leve contarão para as estatísticas que deprimem qualquer pessoa séria que esteja a pensar em casar-se e a culpa é de quem se casa só porque é giro.

Normalmente, aplico a máxima sobre a amizade de Vinicius de Moraes  ao amor: os amigos não se fazem, reconhecem-se. E o que é a pessoa amada que não o melhor amigo? Não digo que o amor só aparece quando menos esperarem, e muito menos digo para deixarem de procurar. Procurem até reconhecer em outra pessoa o/a vosso(a) companheiro(a) de viagem. E após o reconhecimento mútuo, dêem graças pela vossa sorte, não se percam nunca e amem para sempre. E amem tudo porque se não amarem tudo não é amor. E sem amor a vida que se repete entre dias iguais e outras complicações é impossível de caminhar.  Sem amor é impossível que um casamento dure a vida toda, a não ser que vivam em continentes diferentes. Sem amor é impossível mudar fraldas ao outro. 

Apesar de acreditar que o casamento deverá ser uma união tendencialmente eterna, tenho como modelo de homem o próprio do Vinicius de Moraes, que casou nove vezes. No entanto, acreditou sempre que era para toda a vida, amando cada uma delas como se fosse a primeira e a última. Sem medo, tudo fez para viver a plenitude do amor.

Muitos meninos que me lêem dão-me, com certeza, razão: muitos homens têm problemas de compromisso e quando se fala em casamento, é vê-los correr na direcção oposta. Por outro lado,  qualquer mulher que caiba no estereótipo de mulher romântica, desde os cinco anos que planeia o seu casamento. Exageros à parte, esta disparidade de sentimentos entre sexos em relação ao mesmo assunto, sempre existiu. E foi preciso fazer 28 anos para descobrir uma estória (o que é um bocado chocante na medida em que o meu cérebro é uma manta de retalhos gigante de factos inúteis fora do contexto quiz), sobre essa mesma dificuldade dos homens, que terá ocorrido no século V, de acordo com Maria Guedes, do blog Stylista:



Segundo a tradição, na Irlanda do século V, Santa Brígida queixou-se a S. Patrício que as mulheres esperavam demasiado tempo para serem pedidas em casamento. Para remediar a situação, S. Patrício resolveu autorizar que as mulheres pedissem os homens em casamento, mas apenas nos dias 29 de Fevereiro, ou seja, de 4 em 4 anos.


O que se retira daqui, para além de também eu ler blogs de moda, é que esta dificuldade / demora dos homens sempre existiu. O que fazer em relação a isso? Será boa ideia aproveitar o dia 29 de Fevereiro e tratar do assunto do pedido, em vez de ficar à espera? O que fazer?

Se o vosso namorado é daqueles que tem medo do compromisso aconselho-vos a não pedir. Não é que eles fossem dizer que não. Provavelmente não o fariam. Mas anos mais tarde, iam sentir que tinham sido pressionados a fazê-lo, esquecendo-se que no momento do casamento também disseram que sim. Este tipo de homem, a casar, precisa de pedir a amada em casamento. Precisa de ponderar cada ponto, pôr em causa cada certeza e nesse processo de decisão apaixonar-se e ganhar coragem para dar esse passo. Se forem vocês a pedir ele vai julgar que foi empurrado. Se der o passo sozinho, terá a certeza que não foi e cada vez que quiser pôr tudo em causa, recordar-se-á desse processo que atravessou e de todas as razões para vos amar.

Por outro lado, se o vosso namorado nasceu para o compromisso, e acham que ainda não vos fez o pedido por falta de dinheiro, por precisar de tempo para organizar uma surpresa em grande ou por outra razão qualquer, não vejo razão para não o fazerem. A tradição não é razão suficiente para fazer esperar o casamento. Arrisquem ou esperem pelo próximo ano bissexto.


*Post dedicado aos nubentes de hoje e às corajosas de 29 de Fevereiro.


1 comentário:

nubente disse...

Gostei:) bjs da nubente